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Porto acolhe Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia

Lusa
19-09-2025 08:38h

O núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC-NRN) acolhe na quarta-feira o Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia, um evento para incentivar a pesquisa numa doença que tem tendência a aumentar, disse hoje o presidente.

“Para a LPCC, a investigação é uma área muito importante, na medida em que sabemos que, sem investigação, não há inovação e, sem inovação, não há progresso”, disse Vítor Veloso, em declarações à agência Lusa.

Atualmente o cancro é a segunda causa de morte no país. Apesar dos avanços tecnológicos, os casos de cancro abaixo dos 50 anos estão a aumentar em todo o mundo.

Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aponta que o aumento de novos casos de cancro em Portugal pode ser de 20% até 2040.

“É cada vez mais urgente apostar na ciência e na inovação para que mais pessoas tenham acesso aos tratamentos e para que haja um investimento ainda maior na prevenção”, acrescentou o presidente da LPCC-NRN.

No 7.º Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia, que terá lugar no Dia Mundial da Investigação em Oncologia, estão inscritos 90 projetos de jovens de todo o país sobre temas como terapias dirigidas, novos biomarcadores para deteção do cancro, inteligência artificial e imunoterapia.

Os melhores trabalhos serão distinguidos com prémios no montante de 7.500 euros, aos quais se somam os 234 mil que a LPCC-NRN disponibiliza anualmente para bolsas de investigação.

“É um apoio para que os jovens façam aquilo para que estão predispostos, mas também para impedir que saiam para o estrangeiro ou que desistam da investigação. Estes jovens investigadores têm feito trabalhos excelentes, excecionais, têm progredido na carreira”, disse Vítor Veloso.

Está prevista a presença do presidente do IPATIMUP, Sobrinho Simões, bem como do diretor de investigação e formação da LPCC-NRN, Rui Medeiros.

Paralelamente, no mesmo dia, o núcleo Norte assinará com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) um protocolo no âmbito do conceito ‘One Health’, em português livre “uma só saúde”, um conceito que reconhece a interligação entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental.

“É um protocolo muito importante para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. O papel da Liga será sobretudo na literacia em saúde”, disse à Lusa Vítor Veloso, destacando a proximidade das estruturas representativas dos doentes ao longo de todo o processo.

“Por exemplo, é importante explicar aos doentes e famílias tudo o que se passa, as suas opções. Neste momento, nós poderemos dizer que, ao contrário do que acontecia antigamente, em que tínhamos três ou quatro terapêuticas para a mesma doença, e portanto eram terapêuticas ‘standard’ que podiam exigir menos discussão e causar menos dúvidas, agora podemos fazer um estudo genómico do perfil do paciente, recorrer a resultados genéticos, e tudo isso vai orientar cada tratamento personalizadamente”, descreveu.

A esse propósito, no resumo enviado à Lusa, a LPCC-NRN destaca que um dos temas em debate neste encontro é o acesso a tratamentos inovadores, nomeadamente as células CAR-T porque, lê-se no convite para o evento, “o futuro está na personalização”.

Por fim, o evento ficará completo com uma sessão com o tema “Humanizar para Transformar: Novos Caminhos no Cuidado Oncológico”.

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