A plataforma de cinco sindicatos de enfermeiros vai analisar a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) hoje apresentada pelo Ministério da Saúde na primeira reunião de negociações sobre as novas formas de organização do tempo de trabalho.
“Foi nesta reunião que foi apresentada por parte do Ministério [da Saúde] uma proposta de ACT, com 42 cláusulas, que ficamos de avaliar até à próxima reunião, que será no dia 24 [de setembro], e mandar as nossas sugestões e alterações”, disse à Lusa o porta-voz do grupo e presidente do Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPEnf), Fernando Parreira.
O sindicalista falava após o SIPEnf, o Sindicato dos Enfermeiros (SE), o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU), o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) se terem reunido, durante cerca de duas horas, com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, e o secretário de Estado da Gestão da Saúde, Francisco Rocha Gonçalves, no Ministério da Saúde, em Lisboa.
Um dos pontos já analisados e que os sindicatos estão de acordo está relacionado com as férias, designadamente um dia de férias por cada 10 anos de serviço.
No entanto, o sindicalista Fernando Parreira disse que na proposta do Governo não está previsto o aumento do número de horas de trabalho por semana, sendo uma questão que é remetida para a lei da função pública.
O dirigente sindical explicou que se trata de uma primeira versão do ACT e que “terá o seu desenvolvimento normal em termos de negociações”.
“Tem que haver cedências sempre de parte a parte. É assim uma negociação”, vincou.
O Ministério da Saúde começou hoje a negociar com os sindicatos dos enfermeiros novas formas de organização do tempo de trabalho destes profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), apresentando a proposta inicial da redação do ACT.
As negociações iniciaram-se mais de um mês depois de a tutela se ter reunido com as forças sindicais para assinar a proposta de protocolo de negociação.
Foram assinados os protocolos entre os Ministérios da Saúde e das Finanças e a plataforma de cinco sindicatos. Assinou também o documento a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
Na altura, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) foi o único que não assinou o protocolo.