O líder do Chega acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
No debate quinzenal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República, André Ventura confrontou Luís Montenegro com a situação vivida na quinta-feira na urgência do Hospital Amadora-Sintra, em que o tempo de espera para doentes urgentes chegou a ser de mais de 18 horas.
Na resposta, o primeiro-ministro considerou que se tratou de “um pico de aumento de um tempo de espera específico”, que poderá repetir-se.
“Foi ontem e vai acontecer hoje e vai acontecer na próxima semana. Se o senhor deputado quiser aproveitar esse caso concreto vai sempre ter um exemplo para apresentar”, afirmou Luís Montenegro.
De seguida, o primeiro-ministro salientou que “de janeiro a outubro de 2025 o SNS registou uma redução global de 37% no número de dias de encerramento das urgências hospitalares” e entre “janeiro a agosto” houve uma diminuição “de 16% do tempo de espera”.
“Quer isto dizer que não houve picos? Que não houve dias que tiveram problemas? Houve! Houve constrangimentos. Há constrangimentos”, admitiu, sustentando que “não é possível” solucionar esta questão de “um dia para o outro ou mesmo de um ano para o outro”.
Na réplica, o presidente do Chega defendeu que “isto não é brincadeira nenhuma” e considerou que o primeiro-ministro “não pode vir aqui e dizer vai acontecer amanhã e depois, depois”.
“Então, se acontece, é por incompetência vossa”, acusou.