A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que certificou Timor-Leste como país livre de malária, depois de comprovado que a cadeia de transmissão foi interrompida em todo o território nos últimos três anos.
“A OMS felicita o povo e o Governo de Timor-Leste por esta conquista”, disse o diretor-geral daquela agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesys, citado num comunicado divulgado à imprensa.
“O sucesso de Timor-Leste prova que é possível travar a malária quando há vontade política firme, intervenções inteligentes, investimentos nacionais e internacionais sustentados e profissionais de saúde dedicados a trabalhar em conjunto”, salientou.
Timor-Leste é o terceiro país do sudeste asiático a ser certificado como livre de malária.
Segundo a OMS, Timor-Leste reduziu os casos registados de malária em 2006, de mais de 230.000, para zero casos autóctones em 2021.
“Conseguimos. A malária tem sido um dos nossos inimigos mais implacáveis – silenciosa, persistente e mortal. Perdemos demasiadas vidas por causa de uma doença que é evitável”, disse a ministra da Saúde timorense, Élia Amaral, também citada no comunicado.
A ministraafirmou que o certificado “honra cada vida perdida e cada vida agora salva”, mas salientou que é preciso “salvaguardar a vitória com vigilância contínua e ação comunitária para impedir o regresso da malária”.
A OMS explica que o sucesso de Timor-Leste na eliminação da malária foi “impulsionado” pelo Programa Nacional de Malária, criado em 2003 pelo Ministério da Saúde, e com a introdução de testes de diagnóstico rápido, terapia combinada e distribuição de redes mosquiteiras impregnadas com inseticida de longa duração.
“O êxito de Timor-Leste no combate à malária demonstra a importância da liderança nacional e da colaboração estreita entre o Ministério da Saúde, a OMS, as comunidades locais, as organizações não-governamentais, os doadores e diversos setores governamentais”, acrescenta a agência das Nações Unidas.