SAÚDE QUE SE VÊ

Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar diz que conclusão da IGAS não surpreende

LUSA
22-07-2025 15:06h

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) disse hoje não estar surpreendido com a conclusão da inspeção-geral da saúde e garantiu que os atrasos no INEM já aconteciam antes da greve e continuam a acontecer.

“Não nos surpreendem as conclusões da IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde] sobre este caso de Bragança”, referiu o STEPH em comunicado, acrescentando que não foi “implementada pelo INEM nenhuma melhoria estrutural, apesar de amplamente sugeridas” por este sindicato.

Nas conclusões a que a Lusa teve hoje acesso, a IGAS diz que o utente, de 86 anos e que morreu de enfarte de miocárdio a 31 de outubro de 2024, em Bragança, durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar, tinha uma probabilidade de sobrevivência, embora reduzida. O INEM demorou 1:20 a chegar e, segundo a IGAS, o homem poderia ter sobrevivido se o socorro fosse imediato, não tendo, no entanto, culpado os trabalhadores.

Para o STEPH, “atrasos como estes já aconteciam antes da greve, continuaram a acontecer depois da greve e acontecem ainda hoje”, lê-se no comunicado.

Este sindicato tem uma reunião agendada para hoje, às 15:30, no Ministério da Saúde, em Lisboa e, no mesmo comunicado, o STEPH indicou que, durante o encontro, vai exigir “a implementação de medidas estruturais no imediato, sob pena de se continuarem a perder vidas que poderiam ser salvas”.

De acordo com as conclusões hoje conhecidas, a IGAS diz que “não é possível formular-se juízos de culpabilidade na conduta dos trabalhadores dos CODU [Centro Operacional de Doentes Urgentes], atendendo ao volume de chamadas em espera, reencaminhadas pela Linha 112”.

Além deste inquérito, a IGAS concluiu outros dois: um referente a uma utente de 74 anos que morreu no dia 04 de novembro, no concelho de Almada, e outro relativo a outra utente, de 93 anos, que morreu a 02 de novembro, no concelho de Tondela.

No caso de Almada, a IGAS concluiu que, apesar da demora do atendimento das chamadas por parte do CODU, bem como a falta de ambulâncias disponíveis das corporações de bombeiros voluntários de Almada e de Cacilhas, “não existe nexo de causalidade entre o atraso no atendimento e a morte da utente”, uma vez que, “face à lesão cerebral irreversível, a utente não era salvável”.

No caso de Tondela, a IGAS concluiu que, apesar da demora entre o atendimento das chamadas e o acionamento dos meios de socorro, por parte do CODU, “não existe nexo de causalidade” entre o atraso do INEM e a morte da utente, uma vez que “seria muito pouco provável que qualquer manobra mais atempada tivesse qualquer hipótese de sucesso, dado os antecedentes de patologia cardiovascular significativa da utente”.

MAIS NOTÍCIAS