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Loures anuncia investimento superior a 23 ME em quatro novos centros de saúde

LUSA
22-07-2025 14:49h

A Câmara de Loures está a investir mais de 23 milhões de euros na construção de quatro novos centros de saúde para melhorar a rede de cuidados primários de saúde do concelho, foi hoje divulgado em comunicado.

Segundo o município do distrito de Lisboa, o novo centro de saúde do Catujal entrou já em funcionamento, o de Tojal deverá abrir “no final do mês” e os de Camarate e Bobadela estão “em fase de obra”.

“Este esforço reflete um compromisso claro com o reforço da resposta pública em saúde, indo muito além das competências formais assumidas”, justifica a autarquia.

Em outubro de 2023, a câmara municipal assumiu competências na área da saúde, nomeadamente no que respeita à conservação do edificado.

“O estado dos edifícios transferidos para o Município era, na sua maioria, de acentuada degradação”, sustenta a autarquia.

Desde essa altura, já foram investidos cerca de meio milhão de euros “em pequenas manutenções que aguardavam há vários anos” e que eram anteriores à transferência de competências.

Por resolver, exemplificou, está a reparação dos sistemas de climatização do Centro de Saúde de Loures e de ventilação do de Santo António dos Cavaleiros, avariados desde 2004 e 2015, respetivamente.

O município aceitou a transferência de competências na área da Saúde mediante um “acordo complementar”, no qual o Governo se comprometeu a assumir os custos de reabilitação dos edifícios.

“Este compromisso, assumido pelo anterior executivo nacional, ficou em suspenso com a transição governativa”, recorda a autarquia.

Em 2025, a câmara municipal recebeu autorização do Governo para avançar com as intervenções de reabilitação, que se iniciam em agosto, nas unidades de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Sacavém.

Trata-se de um investimento adicional de 1,5 milhões de euros, com o objetivo de “garantir condições dignas para utentes e profissionais”.

O município tem dado a conhecer os planos de obras em reuniões regulares com a direção da Unidade Local de Saúde (ULS) de Loures-Odivelas.

O executivo liderado por Ricardo Leão “reafirma que está do lado da solução, empenhado em garantir melhor acesso à saúde para os utentes e melhores condições de trabalho para os profissionais”, mas reconhece que “nenhuma obra resolve por si só a carência estrutural de profissionais de saúde”.

Dez médicos, nove enfermeiros e quatro assistentes técnicos da Unidade de Saúde Familiar (USF) Parque Cidade (Loures) apresentaram pedidos de escusa de responsabilidade por falta de condições de trabalho, com a temperatura em alguns gabinetes a atingir os 35 graus, divulgou Federação Nacional dos Médicos (FNAM) na semana passada.

Em comunicado, a FNAM avançou que já exigiu explicações ao Conselho de Administração da ULS de Loures e Odivelas e, caso a situação não seja resolvida com urgência, ameaça avançar com queixas formais à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e à Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

A federação sublinhou que o edifício não tem condições ambientais seguras, colocando em risco utentes e profissionais, e as elevadas temperaturas sentidas no interior dos gabinetes têm sido combatidas com recurso a ventoinhas, medida que considera desaconselhada em determinadas circunstâncias pelas normas de prevenção de infeções.

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