Duas novas ambulâncias vão reforçar a resposta das urgências obstétricas na margem sul do Tejo a partir de sexta-feira, com o objetivo de garantir condições de segurança e rapidez na assistência às grávidas durante o verão.
O reforço de meios foi anunciado hoje pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), na sequência da reunião que decorreu com a ministra da Saúde na segunda-feira.
Segundo a LBP, estas duas novas ambulâncias, que serão operadas por bombeiros das corporações da região, vão permitir minimizar eventuais impactos relacionados com a mobilidade das utentes.
Estes meios de socorro, que devem funcionar até 30 de setembro, vão ficar concentrados nos hospitais com urgências obstétricas encerradas na margem sul, que funcionam em regime de rotatividade entre os hospitais de Almada, Barreiro e Setúbal, explicou a liga.
“O INEM cria, desta forma, dois novos Postos de Emergência Médica Sazonais, previstos no acordo de cooperação assinado entre esta instituição e a LBP, financiando o seu funcionamento”, adiantou o instituto em comunicado.
Após a reunião de segunda-feira, o presidente da LBP, António Nunes, mostrou-se disponível para reforçar o dispositivo especial de emergência pré-hospitalar em todo o país, nomeadamente na Península de Setúbal, a região onde o encerramento das urgências de ginecologia e obstetrícia tem sido mais recorrente.
Recentemente, a ministra da Saúde anunciou que o Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai ter a urgência de obstetrícia aberta 24 horas por dia a partir de setembro, com o reforço de médicos que estavam no privado e que vão passar a integrar o Serviço Nacional de Saúde.
Ana Paula Martins reconheceu que a Península de Setúbal é a "área mais crítica" na resposta de ginecologia e obstetrícia, admitindo que vai levar "algum tempo a conseguir estabilizar” os cuidados de saúde desta especialidade na região.
Uma das soluções poderá passar pela criação de urgências regionais, previstas no programa do Governo, que serão constituídas por equipas partilhadas entre hospitais, dando prioridade às “especialidades mais críticas” ao nível dos recursos humanos, como a obstetrícia e a pediatria.
Segundo a ministra, a criação de urgências regionais implica diplomas próprios, que vão ter de ser negociados em setembro com os sindicatos, alegando que o Governo não pode avançar com a medida sem negociar a nova organização do trabalho.