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PS acusa primeiro-ministro de “inaceitável silêncio” sobre “grave atraso” no transporte de doente

LUSA
08-07-2025 21:00h

O PS acusou hoje o primeiro-ministro de um “incompreensível e inaceitável silêncio” sobre o “grave atraso” no transporte de um doente, criticando o “passa culpas e desresponsabilização” dos ministérios envolvidos e direção executiva do SNS.

Em declarações aos jornalistas à margem do primeiro Secretariado Nacional do PS após a eleição de sábado, a dirigente Maria Antónia de Almeida Santos referiu que há uma enorme preocupação com a situação da saúde, desde logo com o recente caso do transporte com helicóptero da Força Aérea de um doente com traumatismo craniano entre Castelo Branco e Coimbra.

A socialista criticou “várias desresponsabilizações” e um “silêncio ensurdecedor” do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre este caso.

“É preciso dizer alguma coisa ao país e aos portugueses e responder aos políticos que interpelam o primeiro-ministro. O silêncio do senhor primeiro-ministro (…) é incompreensível e inaceitável”, condenou.

Maria Antónia de Almeida Santos apontou “um passa culpas sem haver assunção de responsabilidades” dos ministérios da Saúde, da Defesa Nacional e do diretor executivo do SNS.

O helicóptero da Força Aérea que saiu do Montijo levou 02:15 para transportar um doente com traumatismo craniano entre Castelo Branco e Coimbra, afirmou na segunda-feira o Ministério da Defesa, rejeitando que a operação tivesse demorado várias horas.

“Desde que o helicóptero descolou do Montijo até que entregou o doente em Coimbra decorreram 02:15, com tempo de espera do doente incluído”, adiantou o ministério em comunicado.

O esclarecimento do Ministério da Defesa Nacional considerou ainda ser “falsa” a informação de que o transporte do doente de 49 anos, que sofreu um traumatismo craniano, do Hospital da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra tivesse levado mais de cinco horas.

Antes, o INEM, numa resposta à Lusa, afirmou que a transferência de helicóptero de um doente com traumatismo craniano que deu entrada no Hospital da Covilhã foi uma “decisão médica conjunta” tendo em conta a situação do utente e os meios disponíveis.

Questionado pela Lusa sobre o motivo que levou a que o paciente fosse transferido da Covilhã para Coimbra num helicóptero da Força Aérea e não de ambulância, o INEM esclarece que se tratou de “uma decisão médica conjunta, entre médica da ULS Cova da Beira, médico do INEM e médica da FAP (Força Aérea Portuguesa)”.

A decisão foi baseada “tendo em consideração os critérios clínicos do utente, os meios e recursos disponíveis e melhor habilitados a dar resposta naquele momento, e outras variáveis com impacto no estado clínico do utente”, acrescenta o INEM.

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