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SNS remete para INEM responsabilidade na demora na transferência de doente

LUSA
06-07-2025 21:37h

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde remeteu hoje para o INEM a responsabilidade no transporte de um doente que, depois da decisão de transferência do Hospital da Covilhã, demorou mais de cinco horas até chegar a Coimbra.

“Esta é uma questão que devem colocar ao INEM” (Instituto Nacional de Emergência Médica), afirmou Álvaro Almeida em entrevista à CNN, quando questionado sobre o paciente que, no sábado, foi transferido do Hospital da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Entre a decisão de transferir o doente, de 49 anos, com um traumatismo craniano, do Hospital da Covilhã até à entrada nas urgências em Coimbra passaram mais de cinco horas.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) salientou que, à semelhança do que acontece noutros países, existem diferentes níveis de atendimento hospitalar e que, em situações mais complicadas, pode haver a necessidade de transferir os doentes para hospitais mais especializados. 

Defendendo que “qualquer transferência deve ser feita no mais curto espaço possível”, o diretor executivo do SNS negou qualquer responsabilidade neste caso, sublinhando que “a transferência hospitalar não é da competência da direção executiva”.

Álvaro Almeida garantiu que o contrato celebrado na sequência do concurso público internacional para a contratação do serviço de helicópteros de emergência médica do INEM “não tem nada a ver com a direção executiva, não é uma competência da direção executiva”.

Também em declarações a CNN, a mesma posição foi defendida pelo presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar, Rui Lázaro, que considerou que “os responsáveis têm um rosto: é o Governo e o INEM”, sendo que “o INEM não acautelou atempadamente o tempo do concurso” para a contratação do serviço aéreo de emergência médica.

O concurso público para a contratação deste serviço foi adjudicado à empresa Gulf Med Aviation Services Limited apenas no final de março.

“A empresa teve pouco mais de um mês. O Governo e o INEM deveriam ter iniciado este concurso um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde”, acusou Rui Lazaro, reiterando que os helicópteros da Força Aérea deveriam ser deslocalizados para o interior do país, onde entende fazerem mais falta.

Ao início da noite de hoje, a Lusa contactou os gabinetes de imprensa do INEM e do Ministério da Saúde, mas ainda não obteve qualquer resposta.

 

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