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Direção “renovada” do Sindicato dos Médicos do Norte toma posse para lutar pelo SNS

LUSA
27-05-2025 17:30h

A presidente do Sindicato dos Médicos do Norte (SMN), Joana Bordalo e Sá, reeleita para um segundo mandato, toma hoje posse com uma direção “renovada” para lutar por um Serviço Nacional de Saúde (SNS) em “tempos de muita preocupação”.

“Continuaremos a defender, numa linha muito acérrima e intransigentemente, os direitos dos médicos, mas também do SNS, porque vivemos tempos de muita preocupação com o futuro. Entendemos que há uma degradação do SNS, um resultado prático da falta de competência dos diversos ministérios e, sobretudo, deste último”, disse Joana Bordalo e Sá.

Em declarações à Lusa no dia em que toma posse para o segundo mandato no Sindicato dos Médicos do Norte (SMN), a médica oncologista que também lidera a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) desde dezembro de 2022, aponta que avançará para o triénio 2025/2028 com uma direção “renovada” porque conta “com médicos muito jovens, bem como médicos mais velhos”.

“Conseguimos trazer os jovens para a nossa direção. Temos, pela primeira vez, médicos internos”, referiu.

A Lista A, que tinha como ‘slogan’ “Pela Defesa de Todos os Médicos”, foi reeleita com 91,37% dos votos.

Joana Bordalo e Sá encabeçou uma lista única numas eleições realizadas, pela primeira vez na história do SMN, com voto eletrónico.

“Isso [o voto eletrónico] permitiu contrariar a tendência de participação que se registava nas últimas duas décadas, porque as pessoas estavam a participar cada vez menos e desta vez a participação foi mais expressiva. Isto também é um reflexo direto do crescimento do sindicato que neste último triénio duplicou o número de associados. Isto mostra que os médicos têm confiança numa direção que é mais combativa, que é plural e que é independente”, apontou.

À Lusa, Joana Bordalo e Sá manifestou vontade de voltar à mesa de negociações com o próximo Ministério da Saúde, um Ministério que deseja que tenha “mais competências”.

“Entendemos que isto tem que ser diferente. A próxima ministra da Saúde, ou ministro, tem que ser alguém que perceba de saúde e que lute por reforçar os quadros do SNS também de médicos. Não é com a apresentação de métricas de produtividade, de listas de espera, com números que, às vezes, parecem ser martelados, que se vão resolver os problemas dos utentes”, disse.

Para a líder do SMN e da FNAM, “as métricas de qualidade anunciadas no Plano de Emergência e Transformação de Saúde deste último Ministério da Saúde não são reais”, tendo esta medida sido, referiu a média do Instituto Português de Oncologia do Porto, “uma manobra de propaganda política de Ana Paula Martins”.

“Estamos a trabalhar com equipas muito reduzidas, com médicos e profissionais a terem que fazer várias urgências por semana, exaustos, e isto aumenta o risco na observação e no tratamento e no seguimento dos doentes. É uma angústia assistir a tudo isto e ver que os responsáveis máximos do país a nada fazer”, acrescentou.

Em nota enviada à Lusa, o SMN – um dos três que faz parte da FNAM, somando-se o da zona Centro e o do Sul – refere que a nova direção tem uma agenda “clara”: “Defender intransigentemente os direitos dos médicos e lutar por um SNS público, universal, acessível e de qualidade”.

“Os novos corpos gerentes darão início a um novo ciclo de ação sindical focado na valorização da carreira médica e na exigência de condições de trabalho dignas para todos os médicos, especialistas e internos, independentemente da área profissional ou local de trabalho (…). A aposta na proximidade, na ação local e na defesa firme da profissão médica continuará a marcar o rumo do sindicato, tanto a nível regional como no plano nacional e internacional. A luta pela dignidade dos médicos e pela sobrevivência do SNS não vai parar”, termina.

A tomada de posse está marcada para as 18:00.

 

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