O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou este domingo que vai assinar hoje uma ordem executiva que, segundo ele, vai reduzir o preço dos medicamentos sujeitos a receita médica nos Estados Unidos entre 30% e 80%.
“Os preços vão subir em todo o mundo para compensar e, pela primeira vez em muitos anos, trazer justiça à América”, escreveu o Presidente norte-americano numa mensagem publicada na sua rede social Truth Social, no domingo à noite.
O Presidente dos Estados Unidos deverá assinar o decreto de aplicação desta nova política na segunda-feira de manhã, às 09:00 (13:00 TMG).
A medida garantirá que “os Estados Unidos paguem o mesmo preço que a nação que paga o preço mais baixo do mundo”, afirmou o bilionário republicano, assegurando que esta redução será aplicada “quase imediatamente”.
Questionada pela AFP, a Casa Branca não deu mais pormenores sobre o funcionamento da medida.
O inquilino da Casa Branca há muito que insiste com a indústria farmacêutica para que baixe o preço dos medicamentos, que se encontram entre os mais elevados do mundo e são muito mais caros do que nos países vizinhos (Canadá e México) e na Europa.
De acordo com um estudo da Rand Corporation, os Estados Unidos pagam, em média, 2,5 vezes mais por medicamentos sujeitos a receita médica do que a França, por exemplo. Donald Trump comprometeu-se a reduzir esta diferença durante a sua campanha presidencial.
Em meados de abril, Trump já tinha assinado um primeiro decreto ordenando à sua administração que trabalhasse numa série de medidas para fazer baixar os preços dos medicamentos.
As ações enumeradas incluem a melhoria do processo de negociação entre o sistema público de seguro de saúde e os grupos farmacêuticos e a possibilidade de os Estados importarem medicamentos diretamente de países estrangeiros com preços mais baixos.
As negociações conduzidas pelo Medicare, o seguro de saúde público para pessoas com mais de 65 anos, sobre os preços de certos medicamentos são um processo moroso, e a redução dos preços negociada pelo antigo Presidente Joe Biden - que também liderou uma ofensiva neste domínio - só entrará em vigor em 2026, por exemplo.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump tomou medidas para reduzir os preços, com o objetivo declarado de os alinhar com os mais baixos do mundo. Mas este plano teve pouco efeito face à oposição da indústria farmacêutica.
A insatisfação das famílias com a inflação em 2022-23 foi analisada como uma das razões para a reeleição de Donald Trump. Mas a sua política de guerra comercial, que consiste em aumentar os direitos aduaneiros sobre as importações dos Estados Unidos nos últimos meses, suscitou receios de novos aumentos de preços.