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SÍNTESE: Legislativas: Pensionistas e SNS temas de campanha em dia de greve da CP

LUSA
07-05-2025 18:28h

Os pensionistas e o SNS foram hoje temas de campanha para as eleições legislativas, em dia de greve na CP que poderá estender-se até à próxima semana e que suscitou críticas ao Governo.

A AD (PSD/CDS-PP) começou o dia num mercado em Setúbal, onde o atual primeiro-ministro ouviu queixas de pensionistas e antigos combatentes pelos cortes feitos no tempo da 'troika', durante a governação de Pedro Passos Coelho – um dos antigos líderes do PSD que Luís Montenegro juntou num almoço de aniversário do partido na terça-feira.

Luís Montenegro disse compreender a situação das pessoas que "há uns anos, por razão da situação financeira do país, viveram tempos de alguma inquietação neste domínio", mas manifestou-se convicto de que há um sentimento "de confiança" nos compromissos assumidos pela AD.

No círculo de Setúbal, o terceiro maior do país, a par de Braga, com 19 lugares em disputa, o presidente do PSD prometeu apresentar uma lei de financiamento do setor social que assegure "previsibilidade financeira" às instituições de solidariedade social.

Mais a sul, no Algarve, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos pegou no tema das pensões e acusou o primeiro-ministro de desconhecer a realidade destes eleitores. "Só alguém que não conhece os pensionistas fala do IRS para um pensionista que não ganha o suficiente para poder pagar IRS", declarou, num comício em Olhão.

No distrito de Faro, onde há um ano o PS passou de cinco para três mandatos num total de nove, Pedro Nuno Santos esteve também num mercado em Quarteira, onde foi abordado por duas mulheres de etnia cigana que lhe manifestaram apoio "para dar que fazer ao Chega", a quem agradeceu e ofereceu rosas.

Neste quarto dia de campanha oficial para as legislativas de 18 de maio, em Aveiro, o presidente do Chega foi chamado de racista por um grupo de pessoas de etnia cigana, que lhe pediram para não alimentar o ódio contra esta comunidade. André Ventura respondeu que "têm de trabalhar" e "cumprir regras".

Em frente à estação ferroviária de Aveiro, num distrito que elege 16 deputados e onde há um ano o Chega conseguiu três lugares, André Ventura assinalou a greve iniciada hoje na CP – Comboios de Portugal, e que poderá prolongar-se até à próxima quarta-feira, pela qual criticou o Governo por deixar "as coisas correr" em vez de fazer uma "negociação mais atempada" com os sindicatos.

Para o presidente do Chega, a privatização ou uma parceria público-privadas (PPP) "pode ser uma solução" para a CP no futuro.

Em Matosinhos, no distrito do Porto, o secretário-geral do PCP acusou o Governo PSD/CDS-PP de ser o único responsável pela greve na CP e afirmou que o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, deve "resolver os problemas de quem trabalha" na empresa, em vez de "incentivar os problemas" e de "perder tempo a fazer campanha eleitoral".

No Porto, onde nas últimas duas eleições a CDU (PCP/PEV) elegeu um em 40 deputados, Paulo Raimundo sustentou que o apelo ao reformismo deixado por Passos Coelho na terça-feira corresponde a "recuperar a receita que o povo rejeitou em 2015".

Também no distrito do Porto, pelo qual o Livre elegeu um deputado em 2024, Rui Tavares, co-porta-voz do partido, assumiu o objetivo de "disputar o quarto lugar como partido à IL", num diálogo com uma feirante em Vila Nova de Gaia.

Antes, Rui Tavares visitou a Unidade Local de Saúde de Vila Nova de Gaia/Espinho e considerou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem evidentes problemas de gestão, de recursos e de autonomia, mas para os quais há "tratamento e cura".

Em Vila Verde, no distrito de Braga, por onde foi eleito e onde é cabeça de lista, o presidente da IL advogou, pelo contrário, que "é impossível" o SNS "tratar 10 milhões de portugueses" e que o Estado deve entrar em negociações com os setores privado e social para usar a sua "capacidade instalada".

Embora tenha recusado antecipar casamento com a AD, mais tarde, em Braga, Rui Rocha defendeu que o seu partido tem "quadros qualificadíssimos" para formar Governo, com "pessoas e ideias para todos os ministérios".

Em Almeirim, no distrito de Santarém, onde há nove mandatos em disputa, a coordenadora do BE juntou-se a uma concentração de trabalhadores da Sumol/Compal em greve e disse querer "falar a quem trabalha", com salários baixos e por turnos, opondo-se à política feita para "uma minoria" que mais lucra no país.

Mariana Mortágua argumentou que o salário médio pode ser aumentado através de instrumentos como a negociação coletiva e destacou a proposta do BE de tornar o subsídio de refeição obrigatório no setor privado.

Em Lisboa, o maior círculo eleitoral do país, com 48 deputados, por onde foi eleita desde 2019 e volta a ser candidata, a deputada única e porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, acusou o Governo de recuar no apoio às pessoas sem-abrigo e no combate à vulnerabilidade habitacional e apelou a uma "política humanizada" do Estado na resposta a quem vive na rua.

Concorrem a estas eleições antecipadas 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.

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