Num comunicado, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da UM disse prever que “o crescimento económico de Macau em 2024 será entre 8,3% e 21%”, dependendo do número de visitantes vindos da China continental.

Os turistas chineses “continuam a ser o principal fator a afetar o desenvolvimento da economia” do território, até porque “a recuperação nas chegadas de visitantes de outras regiões tem sido mais lenta”, referiram os economistas.

Num cenário mais otimista traçado pelos académicos, a região deverá receber no próximo ano um número de turistas próximo dos 39,6 milhões registado em 2019, o que permitiria ao PIB atingir 96,1% do nível registado nesse mesmo ano.

No entanto, a UM avisa que “Macau enfrentará incertezas quanto ao desenvolvimento económico do interior da China em 2024”.

“A contração do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial, irão afetar os rendimentos dos residentes, levando a uma diminuição do seu interesse e poder de compra em viajar” para o território, referiu o comunicado.

O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4% nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de dezembro o Gabinete Nacional de Estatística chinês, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado.

No segundo cenário, o mais cauteloso, Macau irá ter um aumento de 5% no número de visitantes em comparação com 2023 – o que corresponderia a 29,4 milhões, segundo previsões do Governo –, com a economia a recuperar até 85,9% do registado em 2019.

Com o turismo em retoma, a Universidade previu que as exportações de serviços, o motor da economia da cidade graças ao setor dos casinos, deverão crescer entre 10,3% e 26,7%, ajudando a taxa de desemprego a cair dos atuais 2,4% para entre 2,1% e 1,9%.

Por outro lado, os economistas acreditam que as receitas do Governo de Macau deverão fixar-se entre 95,3 mil milhões e 109,6 mil milhões de patacas (entre 10,7 mil milhões e 12,3 mil milhões de euros).

No orçamento para 2024, o executivo prevê um aumento de 1,8% nas receitas, para 107,1 mil milhões de patacas (12 mil milhões de euros), sobretudo graças ao imposto sobre o jogo, que deverá atingir 75,6 mil milhões de patacas (8,5 mil milhões de euros).

Entre janeiro e novembro, as receitas do jogo em Macau mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 164,5 mil milhões de patacas (18,5 mil milhões de euros).

A indústria do jogo, o motor da economia da cidade, representava em 2019 51% do PIB de Macau e, apesar da crise durante a pandemia, dá atualmente trabalho a cerca de 71 mil pessoas, ou seja, 19,2% da população empregada.