O presidente da IL manifestou-se hoje contra o que chamou de “nacional remendismo” na saúde e defendeu uma “revolução significativa” no setor, com a criação do sistema universal de acesso aos cuidados defendido pelos liberais.
Rui Rocha encerrou hoje uma sessão de esclarecimento sobre a proposta do partido de uma nova lei de bases que cria um Sistema Universal de Acesso à Saúde, o ‘SUA Saúde’, que será debatido no parlamento em 29 de setembro.
“A IL não está cá para embarcar em pequenos remendos, temos uma visão contra esse nacional remendismo, queremos mesmo é que os utentes tenham soluções e o mais depressa possível”, afirmou, no final, em declarações aos jornalistas.
O presidente da IL questionou “como é possível estar tranquilo e ter uma posição conservadora sobre o SNS e a sua gestão” quando existem “1,6 milhões de portugueses sem médico de família e as consultas e cirurgias se acumulam em listas de espera”.
“Tal como aconteceu nos impostos, na habitação, na TAP, não nos importamos de ser os que abrem caminho das discussões, os que trazem soluções e depois desafiamos todos os outros a discutirem as nossas propostas”, apelou.
Sobre o ‘SUA Saúde’ - que pretende criar um sistema universal de acesso à saúde, através do qual os utentes escolhem um subsistema, que pode ser público, privado ou social -, Rui Rocha manifestou a certeza de que “mais tarde ou mais cedo” será o caminho para melhorar o acesso dos portugueses ao setor.
“O ‘SUA Saúde’ significa um passo tão importante, uma revolução tão significativa para os portugueses numa área tão fundamental como a saúde que, a partir de agora, temos de perguntar a quem não quer este sistema, porque não o quer e porque não pode avançar”, disse.
Na sua intervenção, Rui Rocha frisou que a proposta da IL se baseia num “acesso universal”, que não terá mais custos para os utentes e assenta na “liberdade de escolha e na concorrência”, apresentando também uma componente de medicina preventiva.
O líder da IL deixou críticas ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a quem acusou de estar numa “competição feroz para o título de otimista irritante” com o primeiro-ministro, António Costa, e questionou a eficácia da criação de mais 31 novas Unidades Locais de Saúde (ULS).
“Relativamente a esta enorme reforma do SNS onde está António Costa, já o viram a falar e a assumir esta reforma como sua? Não viram, António Costa sabe, tem a certeza, que esta reforma não vai resolver nada de estrutural na saúde dos portugueses”, criticou.
Antes, também o ex-presidente da IL João Cotrim Figueiredo ironizou sobre a criação de novas ULS por todo o país.
“Cada uma destas ULS é uma empresa pública. Era só o que Portugal agora mais precisava, era de mais 31 empresas públicas”, criticou.
O projeto da IL, apresentado em julho nas jornadas parlamentares do partido, prevê que o ‘SUA Saúde’ continue a ser financiado pelo Orçamento do Estado, sem custos acrescidos para os utentes.
De acordo com a proposta dos liberais, um dos subsistemas será sempre público, gerido pelo Estado, e os restantes serão de livre organização - privada ou cooperativa –, estando obrigados a fornecer, em termos territoriais e em de patologias, a mesma cobertura do SNS [Serviço Nacional de Saúde].
Os utentes terão de escolher o subsistema de saúde que entenderem uma vez por ano (podendo mudar no ano seguinte) e, dentro desse subsistema, escolher o prestador de cuidados de saúde que entenderem.