“É uma competição que não é leal”
Em declarações ao Canal S+, Helena Canhão, presidente do Conselho Superior de Escolas Médicas, considera importante lançar o alerta quer à tutela quer à sociedade para uma situação que, afirma, “pode fazer perigar a formação” aos “médicos que vão ser de todos nós”.
Escolas de medicina públicas e privadas não partem em condições de igualdade. Em entrevista ao programa Raio X, Helena Canhão afirma que há uma nítida discriminação entre as faculdades publicas e privadas e não estão a competir de igual para igual. São várias as razões, começando pelo financiamento.
Helena Canhão reforça que Portugal não tem falta de médicos, o problema é fixá-los no Serviço Nacional de Saúde.
Por ano, formam-se cerca de 300 médicos e é preciso garantir a qualidade do ensino.
Além da diferença de valor no pagamento de propinas, Helena Canhão sublinha também diferenças no acesso aos locais de formação.
Mais uma vez, os privados tomam a dianteira.
Outra desigualdade prende-se com a entrada de alunos internacionais.
Facto que Helena Canhão explica e descreve como inaceitável.
A Faculdade de Medicina da Universidade Católica foi criada em 2018, com o arranque do primeiro curso de Medicina privado em 2021. Na semana passada, a Agência do Ensino Superior – responsável pela legalização dos cursos - deu luz verde a mais um curso superior de Medicina, desta feita na Universidade Fernando Pessoa, no Porto.
A entrevista completa de Helena Canhão será emitida dia 20 de Fevereiro, às 23h.