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Líder dos eurodeputados socialistas acredita que há uma onda progressista na UE

LUSA
09-09-2022 23:48h

A líder parlamentar socialista no Parlamento Europeu defendeu hoje que há uma “onda progressista” na União Europeia, num discurso em que prometeu combater a regra da unanimidade na política fiscal e tornar vinculativo o pilar social.

Estas posições foram transmitidas pela espanhola Iratxe Garcia na intervenção que proferiu perante jovens que participam na iniciativa Academia Socialista, num debate que foi moderado pelo antigo ministro e atual vice-presidente do Parlamento Europeu, Pedro Silva Pereira.

“Há uma onda progressista na Europa”, sustentou a líder do Grupo Parlamentar dos Socialistas e Democratas no seu discurso inicial, baseando a sua tese a partir das diferenças da resposta europeia face à crise financeira de 2008 e, mais recentemente, em relação à pandemia da covid-19.

 Iratxe Garcia disse mesmo que as respostas à crise pandémica dadas pela Comissão Europeia, após acordo em Conselho, “eram impensáveis” há pouco tempo.

“Chamavam aos socialistas ingénuos, mas estamos a conseguir coisas que há quatro anos ninguém previa que fossem agora realidade”, declarou, dando como exemplos a estratégia comum de vacinação contra a covid-19 e, sobretudo, a emissão de dívida conjunta para financiar o programa de recuperação e resiliência.

Mas também apontou um exemplo mais recente: “Depois de anos e anos com os socialistas a reivindicarem uma lei europeia contra a violência de género, hoje está em cima da mesa uma diretiva europeia nesse sentido”, referiu, recebendo palmas dos jovens socialistas.

“Todos nos recordamos como foi a resposta perante a crise financeira de 2008. Foi austeridade com mais desigualdade e com o argumento de que se vivia acima das possibilidades. Desta vez, os socialistas foram essenciais na negociação e na coordenação com a Comissão e no Conselho Europeu. Fomos fundamentais para que a saída da crise fosse distinta”, advogou.

No período de perguntas por parte dos membros da JS, a dirigente socialista espanhola manifestou-se a favor de uma política migratória comum, recebendo palmas quando disse que “não pode haver refugiados de primeira e de segunda categoria”, e defendeu o fim da regra da unanimidade na política fiscal.

“Temos de acabar com esse bloqueio que mantém uma concorrência fiscal desleal. Se temos uma política comum monetária, também temos de avançar para uma política fiscal comum”, sustentou, tendo também assegurado que os socialistas europeus se irão bater por tornar vinculativas as diretrizes do pilar dos direitos sociais.

Numa das suas intervenções, Iratxe Garcia traçou também uma linha de demarcação à face às forças políticas à esquerdas dos socialistas, preconizando então uma estratégia “construtiva” dentro da União Europeia.

“Não somos ingénuos. Queremos crescimento económico, mas queremos também  mais justiça económica, social e ambiental”, frisou.

Um dos momentos mais animados do jantar debate aconteceu quando um dos jovens socialistas se dirigiu ao ainda eurodeputado Manuel Pizarro, que se encontrava presente, para lhe dar os parabéns pela indigitação como novo ministro das… Finanças.

A sala explodiu a rir com essa troca que remodelava Fernando Medina e não, como vai acontecer já este sábado, Marta Temido da pasta da Saúde.

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