Cerca de 8.000 pessoas nos Açores recorreram à plataforma digital criada há uma semana para registo de autotestes e pedido de declarações de isolamento por infeção com SARS-CoV-2, revelou hoje o secretário regional da Saúde.
“São cerca de 8.000 pessoas que já viram o seu problema resolvido por essa via. Cerca de 8.000 pessoas que tiveram o agendamento do seu teste na sequência de um auto-teste ou que tiveram a sua declaração de isolamento profilático através apenas desse mecanismo”, avançou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, à margem de uma visita a um posto de testagem em Angra do Heroísmo.
Segundo o secretário regional da Saúde, esta ferramenta, lançada na sexta-feira, permitiu aliviar a Linha de Saúde Açores e os profissionais de saúde com menos 8.000 chamadas.
“Se cada um conseguir, com os seus meios, resolver a sua situação pessoal, não sobrecarregando o coletivo, que deve estar destinado àquilo que é efetivamente necessário, estamos todos a contribuir para ultrapassar este problema de uma forma menos dolorosa”, salientou.
Neste momento, é possível aceder à plataforma para registar um resultado positivo de um auto-teste, para agendamento de um teste de confirmação, agendar a vacinação contra a covid-19 e pedir uma declaração de isolamento, no caso de ter um resultado positivo.
A plataforma deverá disponibilizar outros serviços, como o pedido de declarações de isolamento de contactos próximos e o acesso a altas no final do período de isolamento.
“Estão a ser trabalhadas outras valências, nomeadamente também para que os coabitantes consigam ter a sua declaração de isolamento profilático, também para que na sequência dos cinco dias sem sintomas a pessoa possa ter uma mensagem de que pode seguir a sua vida, sem ter de aguardar pela alta propriamente dita”, afirmou Clélio Meneses.
Questionado sobre a previsão de disponibilização destes novos serviços, o governante disse que “está a ser trabalhado dia e noite” e que “certamente até ao final da próxima semana, haverá mais valências na plataforma”.
O secretário regional defendeu que é preciso encontrar mecanismos para que os assintomáticos possam terminar o isolamento sem ocupar recursos de saúde.
“O que não pode acontecer é uma pessoa, passados cinco dias sem sintomas, ficar em casa porque não tem resposta de um telefonema ou de uma mensagem. Tem de haver uma solução para isso e é nisto que estamos a trabalhar. Passados cinco dias, a pessoas não tem sintomas, segue a sua vida e, entretanto, chegará o documento da alta”, apontou.
O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, revelou há duas semanas que o executivo estava em negociações com as Forças Armadas, para que reforçassem o apoio à região no combate à pandemia de covid-19.
Clélio Meneses reconheceu que o pedido foi feito, mas desvalorizou o facto de ainda não ter sido concretizado.
“Sempre houve militares a colaborar em agendamentos, no processo de vacinação. Ainda agora estão a colaborar. Houve aqui um pedido para haver um reforço dessa colaboração ao nível dessa vigilância ativa, mas o que é certo é que temos de ter a consciência de que passámos de um tempo em que tínhamos 100 casos ativos, com 10 casos por dia, para um tempo em que temos 1.000/2.000 casos por dia e mais de 10 mil casos ativos”, referiu.
“Não há nenhum sistema público de saúde que tenha qualquer resposta para isso”, frisou.
Os Açores bateram hoje um novo recorde de casos diários de infeção por SARS-CoV-2 (1.997 casos), atingindo também o número mais elevado de casos ativos desde o início da pandemia.
O arquipélago regista agora 10.434 infeções ativas, das quais 7.548 em São Miguel, 2.047 na Terceira, 294 no Faial, 284 no Pico, 127 em São Jorge, 53 nas Flores, 38 na Graciosa e 43 em Santa Maria.
Estão internados 55 doentes com covid-19 nos três hospitais da região, incluindo sete em cuidados intensivos.
Desde o início da pandemia foram detetados 30.713 casos de infeção e 55 óbitos.