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Aprovadas audições no parlamento regional sobre hospital de Ponta Delgada

LUSA
26-07-2021 17:32h

A Comissão de Assuntos Sociais do parlamento dos Açores "aprovou hoje a proposta do Bloco de Esquerda" (BE) para audições a várias entidades e ao secretário da saúde sobre a situação no Hospital de Ponta Delgada, foi hoje anunciado.

Na quarta-feira, o BE anunciou, em conferência de imprensa, que ia requerer, no parlamento regional, audições da presidente do conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada e do secretário regional da Saúde para esclarecer “todos os graves problemas” na maior unidade de saúde dos Açores.

Hoje, em comunicado de imprensa enviado às redações, o BE informou que "foram aprovadas por unanimidade as audições do Conselho de Administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), do Secretário Regional da Saúde e Desporto, do Sindicato Independente dos Médicos, da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Médicos e da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros".

"Foi ainda aprovada, mas com a abstenção do CDS, a audição do ex-diretor de Informática do hospital, que foi despedido sem que tenham ainda sido apuradas responsabilidades relativamente ao alegado ataque informático de que o hospital terá sido alvo", adianta ainda o comunicado do Bloco.

Segundo o partido, "o agendamento das audições será agora decidido pela mesa da Comissão de Assuntos Sociais", presidida pelo deputado Joaquim Machado, do PSD.

Na conferência de imprensa realizada na semana passada, o coordenador regional do BE nos Açores, António Lima, também deputado do Bloco de Esquerda, referiu a existência de “um claro clima de litígio permanente entre o conselho de administração e os seus profissionais, o que coloca em causa o bom funcionamento desta instituição”.

“Queremos com estas audições, em primeiro lugar, transparência e prestação de contas”, sustentou na altura António Lima, deputado do BE no parlamento regional, apontando que, “nos últimos meses”, se sucedem “polémicas, problemas e queixas graves que envolvem o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) e o seu novo conselho de administração (CA)”.

Além do alegado ataque informático no Hospital de Ponta Delgada, entre os assuntos que o Bloco de Esquerda quer ver esclarecidos estão denúncias de “nomeações feitas pelo conselho de administração que claramente indiciam favorecimento de familiares de membros do CA", disse o BE na conferência de imprensa na semana passada.

O BE quer também ver esclarecidas as "denúncias de tentativa de condicionamento da atividade sindical feitas pelo Sindicato Independente dos Médicos, a existência de publicações pagas nas redes sociais por parte da presidente do conselho de administração publicitando páginas do HDES que, alegadamente, não são páginas oficiais do hospital".

O conselho de administração (CA) do Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, já rejeitou alegados favorecimentos de familiares de membros do conselho de administração no processo de nomeações e assegurou, recentemente, em comunicado, que desde que tomou posse que "tem havido total transparência na sua atuação"

Quanto aos "pormenores sobre o ataque informático" de que foi alvo a maior unidade de Saúde dos Açores, o CA referiu que “não podem ser divulgados enquanto estiverem em investigação”.

Em 24 de junho, o Governo dos Açores informou ter sido detetada "uma tentativa de intrusão externa no sistema informático" do Hospital de Ponta Delgada, pelo que foi acionado um plano de contingência.

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