SAÚDE QUE SE VÊ

Três IPSS da Cova da Beira criam estrutura para idosos dedicada à demência

LUSA
26-02-2021 18:14h

Três instituições particulares de solidariedade social (IPSS) da Cova da Beira vão construir uma estrutura residencial para idosos dedicada a pessoas com demência, num investimento estimado de quatro milhões de euros, foi hoje anunciado.

A estrutura ficará localizada em Caria, no concelho de Belmonte, distrito de Castelo Branco, e terá capacidade para 80 utentes.

O projeto será desenvolvido através da Plataforma Supramunicipal de Intervenção Social da Cova da Beira, que reúne a Mutualista Covilhanense (Covilhã), a Santa Casa da Misericórdia de Belmonte (Belmonte) e Associação de Solidariedade Social da Freguesia de Silvares (Fundão).

Numa sessão de apresentação realizada hoje, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, José Figueiredo, frisou que este projeto nasceu há cerca de dois anos, no âmbito de uma "preocupação primordial" relativa às demências.

"É uma estrutura que vai servir a Cova da Beira e não é será só um lar, terá uma expressão maior nos três concelhos", sublinhou.

António Dias Rocha, que é, simultaneamente, presidente da Câmara de Belmonte e da Assembleia-Geral da Misericórdia de Belmonte, destacou que esta é uma obra necessária "aos três concelhos, à região e também ao país" por dar uma resposta "aqueles que mais precisam".

"Vamos apoiar pessoas, apoiar pessoas que precisam da nossa intervenção e que precisam do nosso apoio. [E vamos fazê-lo] com um tratamento qualificado, profissionalizado e que, provavelmente, vai tirar sofrimento a estas pessoas e às suas famílias", disse.

Uma ideia partilhada pelo presidente da Mutualista, Nelson Silva, que destacou a importância desta resposta social, lembrando que será um serviço "qualificado" e que permitirá permitir e combater o isolamento das pessoas com demência.

Por outro lado, explicou, a ação desta plataforma não se limitará à construção de um edifício e integrará uma estratégia de harmonização na resposta em saúde mental para as três instituições parceiras.

Por outro lado, engloba uma componente de formação nesta área, que visa dar resposta a toda a região, onde esta lacuna foi identificada.

A componente supramunicipal foi também sublinhada pelo presidente da Assembleia-Geral da Mutualista, João Morgado, que lembrou ainda as mais-valias que a união das três instituições levará ao território.

"Esta plataforma supramunicipal irá dar emprego aos três concelhos, contratar serviços e produtos nos três concelhos, ajudar famílias dos três concelhos", apontou.

A obra deverá arrancar ainda este ano, se a conjuntura pandémica não implicar atrasos, estando prevista a construção de um edifício de raiz, com três pisos.

Com 44 quartos (35 duplos e nove individuais), o espaço aposta numa "imagem moderna" e que permite ter muita luz dentro do edifício, procurando uma ligação permanente entre o interior e o exterior, conforme o arquiteto do projeto, Adelino Minhós.

Além disso, conta com um pátio interior em "U", que facilitará a mobilidade e exercício dos residentes e que também será um espaço privilegiado para as pessoas receberem visitas.

Estão igualmente contempladas zonas sociais e polivalentes, um centro médico e centro de reabilitação, bem como áreas administrativas e serviços técnicos e ainda uma rampa que facilitará a retirada rápida dos utentes, em caso de necessidade.

Esta valência deverá criar entre 60 a 100 postos de trabalho direitos.

Os dinamizadores garantem que têm asseguradas condições financeiras para avançar com a empreitada, mas também pretendem candidatá-la aos fundos comunitários, nomeadamente no âmbito de Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que está atualmente em discussão pública e que prevê uma aposta nesta área.

MAIS NOTÍCIAS