Irina Pires e Rita Amado são enfermeiras do Serviço de Psiquiatria do Hospital Sobral Cid, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e autoras da exposição fotográfica “Ama-te - A envolvência da fotografia no desenvolvimento da auto-estima”, que está patente no átrio dos Hospitais da Universidade de Coimbra, desde 9 de Outubro.
Reforçar a importância da Saúde Mental, através do aumento da auto-estima e sensibilizar para a relação da fotografia como catalisador da auto-estima são os objectivos da mostra que reúne mais de duas dezenas de retractos.
Em entrevista ao Canal S+, as duas enfermeiras, amigas há vários anos, garantem que “o processo começa logo na preparação da sessão fotográfica”, dado que “tem de haver uma certa sensibilidade. É preciso fazer uma avaliação dos ângulos mais favoráveis”, adianta Irina Pires.
Para Rita Amado, “A auto-imagem está relacionada com a nossa auto-estima” e de facto “ao longo das nossas conversas, começamos a perceber que havia um comportamento repetido”.
Segundo as enfermeiras do Serviço de Psiquiatria do Hospital Sobral Cid, “as pessoas começam muito introvertidas, mas quando vêm o resultado, ficam com um sentimento de poder. Passam a estar bonitas e confiantes com a sua imagem”, sublinham.
Irina Pires e Rita Amado garantem que “grante parte das pessoas, acham que nem sequer são elas” após a transformação visual que sofrem para a sessão fotográfica.
As duas enfermeiras do Serviço de Psiquiatria do Hospital Sobral Cid lembram que tudo isto “requer trabalho de make-up,de transformação do cabelo e de tirar as modelos da sua zona de conforto”.
As profissionais de saúde mental recordam ainda nesta entrevista ao Canal S+ que este é um projecto inovador e pioneiro em Portugal que já mereceu interesse por parte de outros Centros Hospitalares do país.
Irina Pires e Rita Amado adiantam ainda que no Brasil já existem muitos “fotógrafos de auto-estima” e que o próximo passo “é fazer um estudo sistemático para provar que as sessões fotográficas aumentam de facto a auto-estima”.
Irina Pires e Rita Amado esperam que a comunidade científica possa reconhecer em breve a importância deste trabalho e desta “experiência” na recuperação de doentes psiquiátricos leves.
Segundo as autoras da exposição “Ama-te”, “tivemos situações de pessoas que, após a sessão fotográfica, começaram a olhar-se de forma diferente”, atestam.