Em causa está a Associação para o Bem-Estar Infantil (ABEI), uma IPSS criada em 1975 que dá resposta nas áreas de creche e pré-escolar, a mais de 700 alunos, e que dispõe de quatro centros de acolhimento temporário para crianças e jovens em perigo e uma unidade de cuidados continuados integrados.

Em declarações à agência Lusa, o diretor da ABEI, Miguel Branco, explicou que quando tomou posse há um ano a situação da IPSS “era extremamente grave” e que estava em risco não só o fim do trabalho desenvolvido no concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), como o despedimento dos 230 funcionários da instituição.

“A ABEI é um dos maiores empregadores de Vila Franca de Xira. Despedir estas pessoas seria um drama. Felizmente, conseguimos encontrar um mecanismo que foi o PER [Plano Especial de Revitalização] que nos permitiu manter todos os postos de trabalho”, apontou.

A IPSS tem uma dívida acumulada de cinco milhões de euros, sendo a maior parte (quatro milhões) a credores bancários e a restante à Segurança Social.

“Após ano e meio de trabalho intenso conseguimos aprovar o PER com 94% de votos favoráveis entre todos os credores. É sem dúvida uma excelente notícia, ainda para mais tendo em conta que vivemos um tempo de pandemia”, destacou.

Miguel Branco explicou que a aprovação do PER permite estender o prazo de pagamento da dívida aos credores e uma amortização crescente das prestações, possibilitando à instituição “ter margem para introduzir alterações ao seu modelo de gestão”.

“É sem dúvida uma grande vitória, pois a ABEI ganhou aqui uma nova vida e pode recuperar de forma sustentável”, sublinhou.

Além de ter conseguido manter todos os funcionários, sem lhes cortar rendimento, a ABEI pretende “alargar a sua resposta a mais famílias do concelho de Vila Franca de Xira”, através de parcerias com o município.

“Temos vários projetos, como o alargamento das refeições escolares e o projeto ‘Escola a Tempo Inteiro’. Também pretendemos requalificar e rentabilizar alguns equipamentos, sobretudo aqueles que se encontram devolutos”, referiu.