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Covid-19: Ministra diz que Portugal mantém "situação de estabilidade"

Lusa
14-08-2020 17:38h

A ministra da Saúde afirmou hoje que Portugal mantém uma “situação de estabilidade” em relação ao número de novos casos de covid-19, numa altura em que se assiste ao aumento de infeções em países próximos de Portugal, como Espanha.

Questionada na conferência de imprensa regular de atualização dos números da covid-19 sobre se está a ocorrer uma segunda vaga da doença devido ao aumento de casos esta semana em vários países, Marta Temido disse que não sabe se tecnicamente se pode fazer essa afirmação.

“É evidente que estamos a assistir a um crescimento do número de casos num conjunto de países próximos de nós, designadamente em Espanha, não sei se isso é o suficiente para caracterizar o facto de estarmos perante uma segunda vaga. Não sei se a primeira vaga já foi considerada terminada para podermos tecnicamente fazer essa essa afirmação”, afirmou.

“O que é facto é que nós sabemos que, até ter uma vacina eficaz ou um tratamento, esta doença persiste entre nós e, portanto, estamos sujeitos, pelo menos, a ondas sucessivas”, sublinhou.

Portugal, pelo que tem sido o número de casos nos últimos dias e até pelos números de hoje, que voltam a alinhar com a tendência do número médio de casos semanal, que ronda os 240 por dia, encontra-se, segundo a ministra, numa situação de “estabilidade”.

“Diria que estamos numa situação que se mantém de estabilidade em que há mais momentos de convívio e, portanto, infelizmente há mais riscos, em que há surtos aos quais não conseguimos obviar completamente e, portanto, há novos casos, mas numa situação que me parece ser - e vamos tudo fazer para continuar - controlada”, disse Marta Temido.

Na conferência de imprensa foi levantada a questão de quantas crianças e adolescentes infetados estão internadas, nomeadamente em cuidados intensivos, mas as autoridades de saúde não dispunham desses números.

“Não tenho de facto os números específicos relativamente a internamentos em unidades de cuidados intensivos, mas a única coisa que eu posso afirmar é estive com uma das responsáveis da maior unidade de doenças infecciosas para crianças no sul do país e ainda hoje me disse que não tinha praticamente casos e que estava bastante satisfeita nessa perspetiva”, disse o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal.

Em relação à severidade da doença nos jovens, Rui Portugal explicou que a situação é “caso a caso”.

“Temos jovens no nosso país, como em todo lugar, com doenças crónicas, com situações de outras doenças e naturalmente que uma situação de contágio com esta doença é uma situação de grande gravidade”, adiantou.

Portanto, sustentou, “também nos jovens, a doença pode ser grave relativamente àquilo que é a sua situação geral em termos o seu estado de saúde”, razão pela qual é preciso “estar atento”, adiantando que em termos genéricos, "sabe-se que a gravidade da doença é menor nos jovens do que nas pessoas com idades mais avançadas".

Outra questão levantada foi se o Ministério da Saúde confia na tecnologia e nas máscaras criadas em Portugal que supostamente inativam o vírus.

A reposta foi dada por Marta Temido que afirmou que “o Ministério da Saúde tem feito, através das suas agências competentes, um acompanhamento cuidadoso daquilo que são os desenvolvimentos de novos produtos nesta área”.

“Mas com uma grande cautela, com a convicção e a precaução de que estamos a falar, muitas vezes, de produtos totalmente novos e que, portanto, temos que monitorizar e sobretudo utilizar sempre com a consciência daquilo que foram as três regras tantas vezes repetidas ao longo destes últimos meses”, disse Marta Temido, lembrando o distanciamento físico, a lavar frequentemente das mãos e a etiqueta respiratória e o uso de máscaras certificadas em "lugares fechados, sobrepovoados”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 754 mil mortos, incluindo 1.772 em Portugal.

 

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