SAÚDE QUE SE VÊ

“Vemos os coronéis à frente dos serviços a trabalhar bem”, afirma Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos

CANAL S+ / VD
01-07-2020 00:01h

Foi desta forma que a Ordem dos Médicos respondeu ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina que afirmou ontem na TVI que “com maus chefes e pouco exército, nós não conseguimos ganhar esta guerra”. 

O autarca de Lisboa e presidente da Área Metropolitana criticou abertamente a Direção Geral da Saúde (DGS) e o próprio Ministério ao dizer taxativamente que "Não é nenhum problema de alta tecnologia, é um problema da qualidade das chefias no terreno e de quantidade de exército disponível." Em entrevista ao Canal S+, Alexandre Valentim Lourenço adopta a mesma terminologia militar para lembrar ao presidente da Câmara de Lisboa que os médicos que estão à frente dos serviços e das unidades hospitalares estão a trabalhar o melhor possível para salvar vidas e impedir o avanço da doença. O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos acompanhou, esta tarde, o bastonário numa visita ao Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) para verem no terreno a taxa de ocupação da unidade e o seu funcionamento.

 

No final da visita, para Alexandre Valentim Lourenço ficou bem claro que o Hospital Amadora-Sintra se encontra há “muito subdimensionado para o número de doentes e para a área geográfica que serve e à qual presta serviço”. Segundo o também Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia de Santa Maria, “vemos todos os invernos o que acontece com a gripe. O Hospital Amadora-Sintra mostra-se pequeno demais para o número de doentes”, recorda. Alexandre Valentim Lourenço garante que o Amadora-Sintra está já a transferir doentes COVID-19 para outros hospitais, porque já ultrapassou a sua capacidade de resposta. Há notícia de pacientes enviados para o Hospital de Santarém, por exemplo. No entanto, segundo o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, os hospitais de Cascais e o de Loures (Beatriz Ângelo) encontram-se igualmente a atingir o ponto de ruptura.

Para Alexandre Valentim Lourenço, é fundamental que as autoridades adoptem medidas ainda mais restritivas nos transportes públicos e medidas de controlo mais eficazes nos aeroportos, para além do preenchimento de formulários para os passageiros. O responsável indica ainda que os melhores exemplos vêm das ilhas, “os Açores e a Madeira estão sem novos casos e abriram o turismo de forma controlada”, afirma.

Alexandre Valentim Lourenço lembra ainda que “estamos a ter a integração desta doença com outras doenças. É preciso perceber que esta doença veio para ficar e que nos últimos três meses deixamos de tratar outros doentes”, recorda. O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos anunciou ainda o lançamento de uma campanha, intitulada - “desconfinacalma” - com o intuito de sensibilizar a opinião pública para a necessidade de adoptar sempre as medidas de proteção aconselhadas, como seja o uso de máscara e o devido distanciamento social.

 

 

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