SAÚDE QUE SE VÊ

“É impossível detectar todos os casos”, Fernando Maltez, Diretor Infecciologia Hospital Curry Cabral  

CANAL S+ / VD
29-06-2020 17:38h

Em entrevista ao Canal S+, o professor de infecciologia considera “notável o trabalho que os médicos de saúde pública, com tão poucos recursos, têm vindo a fazer durante a pandemia”, ao reunirem informações, sete dias por semana, sobre todos os surtos epidemiológicos com o intuito de cortar as cadeias de transmissão na comunidade do Sars-COV 2.

Apesar de não ser especialista na área da epidemiologia, Fernando Maltez pensa que será “impossível as equipas de saúde pública chegarem a todo o lado. É impossível detectar todos os casos, sobretudo com os recursos que têm”, lamenta o professor para quem existem muitos “doentes assintomáticos e falsos negativos” que acabam por inquinar todo o processo. Para Fernando Maltez, uma boa medida passaria por continuar a “testar, testar, testar com o intuito de cortar as cadeias de transmissão”. O especialista vê ainda com bons olhos a ideia de serem criadas equipas rápidas de saúde pública para travar o avanço da pandemia nas regiões do país mais afectadas.

Para o Diretor de Infecciologia do Hospital Curry Cabral, uma coisa é certa “não tenhamos dúvidas que esta pandemia vai modificar muita coisa”, assegura. A COVID-19 para o especialista veio acentuar as fragilidades dos sistemas de saúde internacionais e “Portugal vai ficar seguramente mais pobre, mas mais avisado” depois de tudo isto.

Fernando Maltez garante ainda que o desconfinamento devia ter sido feito de forma mais “lenta e gradual” e que as recentes notícias de jovens a participarem em festas clandestinas e em ajuntamentos de mais de 20 pessoas é um verdadeiro “haraquiri social” que pode conduzir-nos a um verdadeiro descalabro.

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