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Covid-19: “A cremação deve ser a prática a seguir em caso de morte por COVID-19” - Especialista Forense

CANAL S+ / VD
15-05-2020 00:23h

Especialistas forenses estão convencidos que os corpos de todas as vítimas mortais de COVID-19 devem ser cremados. A opinião é partilhada pelo enfermeiro forense, Albino Gomes.

Em entrevista ao Canal S+, o também especialista em medicina intensiva garante que é uma das melhores práticas para impedir a contaminação de terrenos, dado que ainda sabemos muito pouco sobre os efeitos que o novo coronavírus provoca nos seres humanos. Albino Gomes aplaude a recomendação emitida pela Direção Geral de Saúde (DGS) que sugere a cremação dos corpos, mas adianta que provavelmente em vez de um regulamento para as autarquias, a DGS devesse ter ido, ainda mais longe, como fez a China e a própria Cruz Vermelha Internacional (CVI) perante o avanço da pandemia da COVID-19.

Desde o primeiro momento do surto de COVID-19 na cidade de Wuhan, na província de Hubei, no centro da China que as autoridades sanitárias de Pequim emitiram um protocolo com instruções claras a dar aos corpos das vítimas mortais do novo coronavírus. O documento assinado, em Fevereiro de 2020, pela Comissão Nacional de Saúde, o Ministério dos Assuntos Civis e o Ministro da Segurança Pública chineses impede claramente os familiares dos mortos de realizarem cerimónias fúnebres e recomenda quase de forma compulsiva a cremação. As autoridades chinesas acreditam que esta prática sanitária impede a propagação do vírus SARS-COV 2 ao reduzir as fontes de contágio.

Para Albino Gomes, a cremação dos corpos evita ainda outros perigos que podem surgir com a manutenção da prática dos enterros nos cemitérios. O enfermeiro forense lembra que é falsa a ideia que o vírus SARS-COV 2 é eliminado com o calor e recorda o que se passou na Arábia Saudita, país onde trabalhou durante o surto de SARS-COV 1. Na altura, lembra Albino Gomes, era Verão e estavam 50 graus centigrados, mas o vírus continuou a fazer vítimas durante 5 anos. Albino Gomes defende a identificação dos corpos de todas as vítimas da COVID-19, o seu encerramento em dois sacos e a redução ao mínimo de qualquer contacto com o corpo. Só assim se pode eliminar todas as hipóteses de contágio.

O último boletim da Direção-Geral da Saúde indica que Portugal regista 28 319 casos positivos de COVID-19, já faleceram 1184 pessoas e 3198 foram dados como recuperados.

 

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