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Covid-19: EUA retiram licença a máscaras de proteção chinesas com defeito

LUSA
08-05-2020 19:11h

As autoridades sanitárias federais dos Estados Unidos revogaram a licença de importação de máscaras fabricadas por mais de 60 empresas chinesas, justificando que estes equipamentos não cumprem as normas necessárias de proteção individual, foi hoje divulgado.

A Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde que controla os produtos importados nos Estados Unidos, tinha permitido a importação com base em dados de testes realizados pelas empresas.

Normalmente, as máscaras são testadas e certificadas por uma divisão dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) antes de terem autorização para serem vendidas e disponibilizadas no mercado norte-americano.

Confrontados com a escassez deste tipo de equipamento nos hospitais, encarado como essencial para proteger os trabalhadores do setor da saúde que tratam de doentes com covid-19, os Estados Unidos aceitaram doações de máscaras, luvas e de outros tipos de equipamento de proteção da China e de outros países.

As máscaras chinesas em questão são do modelo N95 (designação utilizada nos Estados Unidos), que são máscaras para uso profissional e que devem oferecer uma proteção contra até 95% das partículas.

As autoridades norte-americanas (FDA e CDC) informaram na quinta-feira que novos testes realizados já nos Estados Unidos tinham revelado que dezenas destas máscaras chinesas não atingiam o nível de filtração necessário, segundo noticiou hoje a agência Associated Press (AP).

Os novos testes indicaram que algumas das máscaras apenas conseguiam filtrar 20% das partículas.

Apenas 14 modelos de máscaras fabricados na China cumprem atualmente as normas das autoridades norte-americanas, de acordo com uma lista atualizada distribuída pela FDA.

Cerca de 80 modelos tinham sido autorizados pela FDA no início de abril.

Numa carta enviada às unidades de saúde, a FDA informou, no entanto, que as máscaras ainda podiam ser utilizadas como proteção facial para ajudar a reduzir a propagação de gotículas quando as pessoas falam, tossem ou espirram.

A revogação determinada pela FDA não afeta as máscaras importadas autorizadas por outros reguladores estrangeiros, tais como a União Europeia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France Presse (AFP), a pandemia da doença covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (75.670) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,2 milhões).

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