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Covid -19: Queijos e leite dos Açores com quebras de consumo de 15% e 25%

LUSA
30-04-2020 12:31h

O consumo dos queijos dos Açores sofreu uma redução de cerca de 15% e o do leite de 25% entre março e abril, na sequência da crise gerada pela pandemia de covid-19, segundo dados da LactAçores.

O presidente da empresa LactAçores, Pedro Tavares, declarou à agência Lusa que as quebras nas vendas são “significativas, principalmente nos produtos de valor acrescentado”.

“Atualmente não é possível quantificar a totalidade das quebras de consumo, pois a cada dia que passa as mesmas persistem”, referiu.

Questionado sobre se está em causa a continuidade das cooperativas, o representante afirmou que o setor está a “tomar todas medidas para que isso não venha a acontecer”.

A LactAçores foi criada em 2004, unindo cooperativas açorianas que trabalham em sinergia, sendo formada pela Unileite, Uniqueijo e CALF. Posteriormente, assumiu o mandato de gestão da cooperativa Leite Montanha, localizada na ilha do Pico.

Através desta união de cooperativas são comercializados, em exclusivo, os laticínios dos produtores associados, tais como leite, natas, queijo e manteiga.

Para Pedro Tavares, o setor deveria beneficiar de apoios dos governos nacional e do arquipélago, pois “tem uma importância vital na economia regional”. Por isso, mantém a esperança de que o Governo dos Açores “irá dar a devida atenção e apoio”.

“Contudo, e tendo em conta a dimensão da crise resultante da covid-19, consideramos que é uma situação que deverá ser tratada ao mais alto nível europeu”, frisou o dirigente.

Para enfrentar a pandemia, a união de cooperativas implementou as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, desde o equipamento de proteção, a desinfeção, a redução de colaboradores por área de serviço, com turnos definidos, para não se cruzarem nos horários de mudança, turnos em casa de prevenção e teletrabalho na parte administrativa.

A estrutura operacional da LactAçores assenta em seis plataformas instaladas nas ilhas dos Açores e no continente, “equipadas com unidades de armazenamento de última geração, bem como de frotas preparadas para o transporte dos produtos”.

As plataformas vocacionadas para o abastecimento dos mercados encontram-se localizadas nas ilhas de São Miguel, São Jorge, Faial, Pico, Madeira (Funchal) e no complexo logístico de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa).

Segundo o balanço de quarta-feira da Autoridade de Saúde Regional, desde o início do surto foram confirmados 138 casos, 85 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 40 recuperações (26 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e uma no Pico) e 13 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que regista mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

Na terça-feira foram registados dois óbitos na ilha de São Miguel, elevando para 13 o número total de mortes em doentes com covid-19 na região, maioritariamente do sexo feminino e com uma média de idades de 82 anos.

Portugal contabiliza 973 mortos associados à covid-19 em 24.505 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado na quarta-feira.

Das pessoas infetadas, 980 estão hospitalizadas, das quais 169 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.389 para 1.470.

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