SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: CDS dos Açores quer grupo de trabalho a analisar doença em permanência

LUSA
30-04-2020 11:52h

O CDS dos Açores advogou hoje ser necessário, num processo de saída progressiva da região da covid-19, criar um grupo de trabalho epidemiológico que junte várias instituições e analise em permanência a resposta a dar à pandemia.

Os centristas dizem que este grupo deve reunir a Proteção Civil e "entidades de diferentes competências de intervenção na saúde pública ao nível da região", casos da Autoridade de Saúde, hospitais, centros de saúde, delegados de saúde e especialistas em saúde pública, virologistas e epidemiologistas.

A proposta surge numa missiva enviada ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, a propósito do roteiro da região para uma saída segura da pandemia, documento para o qual o executivo pediu contributos de partidos, parceiros sociais e da sociedade açoriana no geral.

Ainda no que refere ao grupo de trabalho, o CDS, liderado nos Açores por Artur Lima, diz que este "deverá ser capacitado com os meios técnicos e administrativos indispensáveis a uma adequada partilha de informação" e tem de haver uma "permanente interligação às estruturas de combate à epidemia a nível nacional, assim como a instituições relevantes no aprofundamento do conhecimento científico realizado sobre a matéria".

E prossegue o texto: "No âmbito das suas competências, [o grupo] definirá as escalas de risco epidemiológicas a estabelecer em função da capacidade instalada a nível hospitalar em internamento e em cuidados intensivos, devendo, também, elaborar as orientações necessárias que devem consubstanciar as medidas a desenvolver".

O "preparar" e "capacitar" do Serviço Regional de Saúde para uma nova fase da pandemia é também reclamado pelo CDS.

"É imprescindível inventariar as necessidades materiais e de recursos humanos do Sistema Regional de Saúde, calcular a capacidade instalada a nível hospitalar em internamento e em cuidados intensivos para situações epidemiológicas, bem como ultrapassar as dificuldades de articulação que foram pontualmente verificadas entre as diferentes unidades orgânicas e as diferentes entidades competentes em matéria de saúde pública", diz a missiva enviada ao chefe do executivo açoriano.

Para o CDS, é também necessário haver na região "a capacidade de testar em massa para responder eficazmente à deteção precoce da contaminação, permitindo o isolamento atempado dos doentes, a inventariação profilática dos seus contactos e um mais célere corte das cadeias de transmissão".

Em consequência, acredita o partido, será diminuída "a incerteza da propagação" e reforçada "a confiança das populações no processo de desconfinamento e das medidas desenvolvidas".

Sobre o setor do turismo, os centristas dizem que "não se afigura possível prolongar por muito tempo a regra da quarentena obrigatória generalizada na mobilidade interna e externa", referindo-se o partido aos 14 dias decretados pelo Governo dos Açores para os que chegam à região - a TAP continua a operar para São Miguel e para a Terceira - ficarem isolados numa unidade hoteleira.

"Considera-se ser fundamental estabelecer procedimentos que permitam a identificação da proveniência, a deteção de sintomatologia e o percurso interno a efetuar por cada visitante, de forma a adequar a resposta a realizar em caso de novos contágios", concretiza o partido.

Até ao momento, já foram detetados nos Açores um total de 138 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 40 recuperados, 13 óbitos e 86 casos positivos ativos.

MAIS NOTÍCIAS