SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: O medo terá levado à fuga das urgências, mas é altura de regressarmos à normalidade

CANAL S+ PVM
24-04-2020 16:09h

Os números parecem não enganar: houve um decréscimo na procura dos serviços de saúde em Portugal, nomeadamente da urgência, desde que a pandemia chegou ao país.

O Governo apresenta números trimestrais, que mostram que, por comparação com os primeiros três meses de 2019, houve uma quebra de 6,6 por cento nas consultas nos centros de saúde, de 5,7 por cento nas consultas hospitalares e de 5,3 por cento nas cirurgias.

Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa evidencia que, em março, as idas às urgências decresceram globalmente 45 por cento, e que houve também uma redução significativa no número de doentes com pulseiras amarelas (urgentes) e laranja (muito urgentes).

Também a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) revela que desde 16 de Março a atividade programada nas cirurgias caiu até 70 por cento. Alguns estudos têm vindo a referir, nos últimos tempos, que Portugal tem muitas falsas urgências.

O economista José Mendes Ribeiro, especialista em saúde digital, sublinha que não existem ‘falsas urgências’, mas sim que os utentes recorrem aos serviços que têm disponíveis, e dá como exemplo o atendimento da Linha SNS24.

O especialista em saúde digital reconhece que a baixa dos números na procura do serviço de urgência pode ter dois motivos: o medo do contágio pela Covid-19 e a compreensão por parte dos portugueses para que não sobrecarreguem os serviços.

O ministério da Saúde reconhece que a atividade programada nos hospitais e centros de saúde tem que começar a regressar à normalidade nos próximos dias, posição que o economista também defende. José Mendes Ribeiro acredita que a situação da Covid-19 está mais controlada e que conseguimos uma folga que nos vai permitir retomar a assistência nos cuidados de saúde.

MAIS NOTÍCIAS