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Covid-19: Siza Vieira salienta que é preciso reunir condições de confiança na retoma da economia

14-04-2020 20:57h

O ministro de Estado e da Economia defendeu hoje que o levantamento das restrições será equacionado "dentro de semanas" e acompanhado de condições de confiança, como a existência de máscaras em grande quantidade para proteção dos cidadãos.

Pedro Siza Vieira falava em conferência de imprensa após reuniões por videoconferência ao longo do dia de hoje com representes do Banco de Portugal, Conselho de Finanças Públicas, Instituto Nacional de Estatística (INE), ISEG, Universidade Católica e, depois, com cerca de duas dezenas de economistas, tendo como objetivos debater o impacto da pandemia de covid-19 e as vias para o relançamento da economia portuguesa.

Perante os jornalistas, o titular da pasta da Economia salientou que o retorno da atividade económica "terá de ser gradual, progressiva, mas terá de ser feita".

"Daqui a algumas semanas, quando começarmos a equacionar o levantamento destas restrições, a mesma autodisciplina, a mesma capacidade de gerir o risco tem de ser encarada na forma como vamos retomar a nossa atividade, com medidas de proteção individual nos espaços públicos", disse.

Sobre esta fase de regresso aos locais de trabalho, o ministro da Economia falou no caráter fundamental da população "ter confiança na capacidade de proteção".

"Se conseguirmos consolidar os ganhos do ponto de vista de saúde pública, teremos a capacidade de também, nas próximas semanas, começarmos a construir a confiança de nos protegermos no espaço público", declarou.

Pedro Siza Vieira, neste contexto, considerou "um passo importante" o facto de empresas portuguesas estarem já a fabricar em grande quantidade máscaras para proteção comunitária, que poderão ser distribuídas pelos circuitos de comercialização, "oferecendo aos cidadãos uma medida de proteção em grande escala".

"É um passo mais para a confiança da nossa população na capacidade de nos protegermos. Temos de continuar a consolidar estes ganhos ao nível da saúde pública para, nas próximas semanas, começarmos a construir a confiança de nos protegermos também no espaço público", advogou.

Questionado se o levantamento das restrições pode acontecer antes de junho, o ministro de Estado e da Economia não indicou qualquer calendário e afirmou que se "ganhou tempo na reabertura graças à extraordinária disciplina dos portugueses" no combate à covid-19.

"O próximo passo vai ser ir abrindo gradualmente estas medidas com a proteção suficiente para que os cidadãos tenham a confiança de que têm resposta nos serviços de saúde, mas, sobretudo, têm a capacidade de se proteger e de proteger os outros num contexto social. Quando isto estiver assegurado, vamos pensar quais as medidas de estímulo à retoma económica", adiantou, numa alusão ao período do segundo semestre do ano.

Segundo o ministro, neste quadro, "alguns setores serão impactados de uma forma diferente de outros e, portanto, as medidas já não serão indiferenciadas".

"Em termos de longo prazo, os fundamentais da economia portuguesa têm de continuar a merecer a nossa melhor atenção", acrescentou.

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