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Covid-19: Fundador da brasileira Azul reduz participação na companhia aérea

14-04-2020 19:51h

O fundador e acionista que controla a brasileira Azul, David Neeleman, vendeu parte das suas ações preferenciais nesta companhia aérea, no momento em que o setor tem sido fortemente abalado pela pandemia de covid-19, anunciou hoje a empresa.

Segundo o comunicado da companhia aérea aos seus acionistas, Neeleman teve de entregar parte da sua participação acionária preferencial [sem direito a voto] a bancos que detinham essas ações como garantia de um empréstimo pessoal do empresário.

"David Neeleman, fundador e acionista controlador da Azul, esclarece que havia feito um empréstimo pessoal em 2019 no valor de 30 milhões de dólares [27,3 milhões de euros] usando como garantia parte das suas ações da Azul, dado que ele não tinha intenção de vendê-las por acreditar em seu potencial", indicou a nota.

A empresa explicou ainda que "o impacto da pandemia” da covid-19 no mercado de ações ocasionou "uma chamada de margem no empréstimo e, devido à velocidade do movimento e ao facto de Neeleman ter outros investimentos no setor sem liquidez como TAP e Breeze, não houve tempo para levantar a liquidez adequada” e, assim, os bancos “executaram a garantia”.

Neeleman teve a sua participação em ações sem direito a voto reduzida de 11.432.352 ações preferenciais, correspondentes a 3,34% desse tipo de ações, para 2.116.004, durante março de 2020.

Contudo, o empresário mantém ainda o controlo da Azul visto que continua a ser detentor de 67% das ações ordinárias [com direito a voto] da companhia.

"A Azul esclarece que não houve alteração na posição de ações votantes detidas pelo acionista controlador, totalizando 622.406.638 ações ordinárias", frisou a empresa.

A Azul é a terceira maior companhia aérea do Brasil em participação de mercado, atrás da Gol e da Latam.

David Neeleman é fundador da Azul e também acionista das companhias aéreas portuguesa TAP, com quem a Azul formalizou um acordo de cooperação comercial este ano, e da norte-americana Breeze.

Os acionistas da TAP são públicos e privados, sendo que 50% está nas mãos da Parpública, sociedade que detém as participações do Estado, e 45% nas mãos do consórcio Atlantic Gateway, detido por Humberto Pedrosa, do grupo Barraqueiro, e pelo empresário David Neeleman, que fundou a Azul. Os restantes 5% do capital estão nas mãos dos trabalhadores.

O setor aéreo tem sido um dos mais afetados pela crise de saúde gerada pela pandemia no novo coronavírus, tendo em conta as medidas de isolamento social decretadas por vários países, que resultaram na queda da procura de voos, e consequente diminuição de receitas.

O Brasil contabilizou 105 mortes e 1.261 novos casos de infeção pela covid-19 na segunda-feira, totalizando 1.328 óbitos e 23.430 infetados desde o início da pandemia, informou o executivo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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