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Covid-19: Autoridades de saúde da Guiné-Bissau aumentam para 43 número de casos

14-04-2020 17:40h

As autoridades de saúde na Guiné-Bissau anunciaram hoje três novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando para 43 o número total no país.

"O Laboratório Nacional de Saúde Pública realizou mais 46 análises. Três deram positivo e 43 deram negativo", disse o médico Tumane Baldé, do Centro Operacional de Emergência em Saúde.

Na segunda-feira, o médico tinha confirmado a existência de 40 casos no país.

Na conferência de imprensa diária, Tumane Baldé voltou a apelar às pessoas para seguirem as recomendações das autoridades sanitárias.

"Só o nosso comportamento e responsabilidade nos vão tirar desta situação", disse o médico, lamentando que muitas pessoas se recusem a fazer análises gratuitas para ver se têm covid-19.

"As pessoas estão a resistir às autoridades sanitárias. Temos 42 pessoas que negaram fazer exames, que resistiram e só depois acederam. Isto é uma questão de saúde pública, da nossa saúde e das nossas famílias", disse Tumane Baldé.

No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado no sábado até 26 de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas acompanhadas de uma série de outras restrições, à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.

Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07:00 e as 11:00 locais (menos uma hora que em Lisboa).

A covid-19 atingiu a Guiné-Bissau num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.

O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.

O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.

Depois de os ministérios terem sido ocupados, as forças de segurança estiveram em casa dos ministros de Aristides Gomes para recuperar as viaturas de Estado.

Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.

O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassados as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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