Os fisioterapeutas também estão na linha da frente de combate à covid-19. Fazem parte das equipas de saúde que trabalham nas unidades de cuidados intensivos e o seu papel ganha particular importância. O trabalho destes profissionais é crucial para minimizar os vários impactos sofridos, quer a nível músculo esquelético quer a nível da via aérea. Apenas 5% das pessoas com Covid-19, podem evoluir para a necessidade de ventilação na unidade de cuidados intensivos, são esses 5% que exigem intervenção imediata do fisioterapeuta, como explicou ao Canal S+, Cristina Jácome, Presidente do Grupo de Interesse de Fisioterapia Cardiorrespiratória da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas.

O facto do doente estar internado numa unidade de cuidados intensivos não inviabiliza o trabalho do fisioterapeuta. Cristina Jácome explica que a ideia, de que não se pode tocar no doente, diluiu-se com tempo e com a experiência. A mobilização acontece desde logo, quando o doente está sedado e, por consequência, não colaborante. Mais tarde, já será possível realizar pequenos movimentos. Cristina Jácome explica-nos que o simples ato de sentar ou passar da cama para o cadeirão, é uma grande conquista. Quanto à via aérea, o fisioterapeuta tem um papel ativo na retirada da respiração assistida.

 A recuperação total pode ser obtida em semanas ou meses, depende das características do doente, mas sempre de forma gradual e faseada. As sequelas ainda são relativamente desconhecidas, mas a evidência cientifica mostra que o tecido pulmonar pode ficar permanentemente afetado.