Numa pergunta entregue na Assembleia da República e dirigida ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, os deputados sociais-democratas salientam que, com a suspensão de todas as atividades letivas presenciais desde 16 de março, os bolseiros de investigação "descontinuaram" o seu trabalho nas várias Unidades de Investigação e Desenvolvimento.

"Os bolseiros de investigação que acabam em breve os contratos, ou com a FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), ou em inúmeros casos com as Universidades e Institutos Politécnicos, vão ficar numa posição bastante vulnerável", alertam, apontando como agravante o facto de estes bolseiros "não terem direito a subsídio de desemprego ou qualquer outro apoio social".

O PSD salienta que, no âmbito da crise sanitária, "o Governo está a anunciar um conjunto de medidas de proteção social ao emprego, para várias classes profissionais: trabalhadores independentes, por conta de outrem, empresas, recibos verdes".

"Contudo, essas medidas não se estendem aos bolseiros de investigação", lamentam.

Em concreto, os deputados sociais-democratas querem saber se o Governo vai implementar medidas "para que nenhum bolseiro e nenhum projeto de investigação seja prejudicado" e se vai garantir "que não se verifique discriminação nas medidas adotar entre todos os investigadores científicos que trabalham no Sistemas Científico e Tecnológico Nacional".

Os deputados do PSD referem ainda que, no passado, se registaram "atrasos sistemáticos nos concursos de Estímulo ao Emprego Científico, seja nos concursos de bolsas de doutoramento ou nos concursos de projetos, seja sobretudo no que diz respeito à divulgação dos resultados, à assinatura dos contratos e ao pagamento dos primeiros vencimentos".

"O Governo vai ser mais célere e dar uma resposta mais atempada nos processos concursais?", perguntam.

O novo coronavírus, responsável pela doença covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas, numa pandemia que atingiu 193 países e territórios.

Em Portugal, houve 567 mortes associadas à covid-19 e 17.448 casos de infeção confirmados, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.