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Assembleia Municipal de Torres Vedras pede reunião com primeiro-ministro sobre novo hospital do Oeste

Lusa
17-12-2025 14:07h

A Assembleia Municipal de Torres Vedras vai solicitar uma reunião com o primeiro-ministro sobre o novo hospital do Oeste, exigindo “uma decisão célere e definitiva” do Governo em relação à sua construção.

De acordo com uma moção subscrita por todas as forças partidárias e aprovada por unanimidade, será solicitada uma reunião de uma delegação da Assembleia Municipal com o chefe do executivo, Luís Montenegro, para “sublinhar a necessidade de uma decisão imediata e responsável quanto ao futuro da saúde em Torres Vedras e na região Oeste”.

Na moção, os deputados municipais reafirmam “a sua solidariedade com os torrienses na defesa da concretização do novo hospital do Oeste” e exigem ao Governo que tome “uma decisão célere e definitiva sobre a construção” do equipamento, “respeitando o consenso regional alcançado e as conclusões do estudo técnico independente”.

“Há mais de duas décadas que o Oeste aguarda pelo novo hospital” para a região Oeste, recordam os deputados municipais.

Durante a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 12 de outubro, num jantar-comício nas Caldas da Rainha, o primeiro-ministro e líder do PSD afirmou que o Governo suspendeu “o processo que estava em curso para aprofundar a avaliação sobre a construção do hospital do Oeste”, assegurando que “a decisão será a que resultar do processo de avaliação aprofundado, fundamentado com todas as consequências”.

Já depois, numa reunião da comissão parlamentar da Saúde, o secretário de Estado da Saúde disse que todo o processo está em avaliação.

Na última sessão da Assembleia Municipal de Torres Vedras, o ainda presidente da Assembleia Intermunicipal do Oeste e membro da comissão municipal da Saúde, Rui Prudêncio, alertou que não existe qualquer verba prevista no Orçamento de Estado para 2026 para o novo hospital, quando o documento deste ano tinha inscritos 265,1 milhões de euros.

Na altura, o deputado socialista disse ainda que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “se tem escudado” a reunir-se com a Comunidade Intermunicipal do Oeste e “não tem resposta para dar”.

À agência Lusa, o gabinete de Ana Paula Martins também tem recusado dar quaisquer esclarecimentos sobre o processo.

O equipamento deverá ter como área de influência as Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã.

Em 2023, o então ministro da Saúde, Manuel Pizarro (PS), anunciou que o novo hospital do Oeste seria construído na Quinta do Falcão, no Bombarral, no distrito de Leiria, tendo em conta a sua centralidade em relação aos concelhos que vai servir e a dimensão do terreno que permitia a expansão da nova unidade, se tal fosse necessário.

A escolha do Bombarral foi ainda sustentada em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída 11 da autoestrada 8 (que atravessa todo o Oeste) e à estação do caminho-de-ferro.

Em outubro de 2024, numa reunião com os 12 autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste, a ministra da Saúde informou que o concurso para o hospital deveria ser lançado “durante o primeiro semestre de 2025” e, pela primeira vez, o Governo inscreveu o equipamento no Orçamento do Estado para este ano.

O novo hospital deverá substituir as unidades das Caldas da Rainha e de Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, e servir cerca de 300 mil habitantes destes concelhos e dos de Bombarral, Cadaval e Lourinhã.

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