Pelo menos 13 pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas desde outubro na sequência de chuvas fortes registadas em Tete, centro de Moçambique, anunciou a delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres.
“Tivemos quatro feridos e 13 óbitos por chuvas torrenciais. [Entre] os distritos mais afetados temos (…) Mutarara, Doa e Zumbo e também temos o distrito de Chiuta”, disse Ana Paula Correia, delegada do Isntituto de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) na província de Tete, citada hoje pela comunicação social.
Dos 13 mortos, três pessoas foram arrastadas pelas águas dos rios durante tentativas de travessia, avançou a responsável.
O INGD contabilizou ainda 478 casas total e parcialmente destruídas, incluindo escolas, secretarias distritais e comandos da Polícia da República de Moçambique (PRM), desde o início, em outubro, da época chuvosa naquele país africano.
“Foram afetadas cerca de 31 escolas, que resultaram em destruição parcial de 75 salas de aula, afetando cerca de 7.770 alunos”, acrescentou a delegada, apelando para que as comunidades tomem medidas de prevenção, entre as quais a não travessia de rios durante as chuvas.
“A província tem, para uma resposta imediata, cerca de 248 toneladas de produtos alimentares diversos, que poderão assistir, num período de 30 dias, 4.400 famílias”, assegurou a delegada do instituto moçambicano de gestão de desastres em Tete.
O plano de contingência para a presente época chuvosa e ciclônica prevê que cerca de 113 mil pessoas podem ser afetadas por eventos extremos naquela província.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
Só entre dezembro e março últimos, na última época ciclónica, o país africano foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o primeiro e mais grave, no final de 2024.
O número de ciclones que atingem o país “vem aumentando na última década”, bem como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
Os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.