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Urgências do Amadora-Sintra são "o principal problema" do SNS - direção-executiva

LUSA
09-12-2025 11:02h

A direção-executiva do SNS está hoje reunida com a ULS Amadora-Sintra para procurar soluções para reduzir os tempos de espera nas urgências neste hospital, que classificou como “o principal problema” do SNS neste momento.

“Posso dizer que é o principal problema neste momento no SNS. Aquilo que mais preocupa a direção-executiva neste momento é a situação da ULS Amadora Sintra e, em especial, do Hospital Fernando da Fonseca”, disse hoje o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

À margem de uma visita ao Hospital Póvoa de Varzim, onde acompanhou a ministra da Saúde à ULS local no âmbito da preparação do Serviço Nacional de Saúde para o período de inverno, Álvaro Almeida disse que está a decorrer uma reunião na ULS Amadora-Sintra para definir medidas de médio e longo prazo para resolver os tempos de espera nas urgências.

“Temos algumas hipóteses, mas estamos a ver com o conselho de administração quais é que são viáveis, quais é que podem ser implementadas imediatamente. São soluções de médio prazo e também soluções de longo prazo”, disse Álvaro Almeida.

Questionado sobre os tempos de espera nas urgências, o diretor-executivo reconheceu que há falta de profissionais na ULS, fator que afeta tanto os serviços hospitalares como os cuidados primários, logo não se resolve exclusivamente com alargamento de horários nos centros de saúde.

“No Amadora Sintra há um problema e há um problema sério”, admitiu.

Álvaro Almeida disse que o funcionamento da urgência do Hospital Fernando da Fonseca está a ser melhorado e admitiu que a situação, neste caso, não se resolve com o alargamento dos horários dos centros de saúde.

“No caso do Fernando da Fonseca, não é possível colmatar as necessidades com recurso aos cuidados primários, porque também nos cuidados primários não temos esses recursos. Estamos a reforçar as equipas do Fernando da Fonseca, mas também não é fácil porque há uma falta de recursos humanos estrutural”, referiu.

Classificando a falta de recursos humanos como “um problema de fundo” e “o principal”, Álvaro Almeida disse que existem outros problemas naquele hospital, nomeadamente a organização das urgências.

“Têm uma organização das urgências diferente de outros hospitais. Alguns contratos de trabalho também são diferentes dos outros hospitais. Portanto há uma série de questões que se conjugam para criar ali um problema que não é fácil de resolver”, disse.

O diretor-executivo apontou, ainda, que esse é o hospital “com mais internamentos inapropriados”, os chamados internamentos sociais – pessoas que já tiveram alta clínica, mas permanecem internadas por falta de alternativa.

“São problemas que vêm de há anos e que vamos resolvendo dentro do possível, mas não há soluções milagrosas para esse caso”, referiu.

Questionado sobre várias medidas dos planos de contingência dos hospitais dado o aumento de procura devido à gripe e outras doenças respiratórias, Álvaro Almeida disse que em alguns casos já está previsto o alargamento de horários para atender a doença aguda, um alargamento que acontecerá onde há serviços de atendimento complementar.

“Esses também poderão ser reforçados, quer em número de médicos e, portanto, capacidade de resposta, quer em termos de horários de funcionamento. O alargamento é feito à medida das necessidades e também das disponibilidades, seja de recursos humanos, seja das unidades em si”, referiu.

Álvaro Almeida admitiu que os hospitais que têm maiores tempos de espera são sobretudo em zonas onde a capacidade de resposta dos cuidados primários é limitada por falta de recursos.

“E, portanto, nesses casos é mais difícil alargar o funcionamento dos centros de saúde. Com certeza que iremos alargar o funcionamento dos serviços de atendimento complementar e estamos a trabalhar nesse sentido”, concluiu.

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