"Sem este financiamento de 67 milhões de dólares [57 milhões de euros], a maioria das atividades que o PAM e os seus parceiros têm vindo a implementar terão de ser interrompidas, o que acarreta uma série de riscos", afirmou o representante deste programa da ONU para os Camarões e São Tomé e Príncipe, Gianluca Ferrera, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

O país enfrenta várias crises graves: a insurgência do Boko Haram no norte, uma revolta separatista nas duas regiões de língua inglesa e o afluxo de refugiados da República Centro-Africana, no leste.

Estas crises, combinadas com choques climáticos, criaram uma crise de deslocamento e agravaram o espectro da fome num país que tem a crise migratória mais negligenciada do mundo, segundo um relatório do Conselho Norueguês para os Refugiados.

Mais de 3,3 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária e mais de 2 milhões estão deslocadas internamente, de acordo com o PAM.

Em 2022, o PAM recebeu um financiamento no valor de 106 milhões de dólares para os Camarões, mas este ano o montante é de apenas 20 milhões de dólares.