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Hong Kong proíbe importação de carne de ave de Santarém devido à gripe aviária

Lusa
25-11-2025 11:46h

A região de Hong Kong proibiu hoje a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito de Santarém, na sequência da deteção de casos de gripe aviária.

O Centro para a Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong sublinhou que a decisão foi tomada "para proteger a saúde pública", na sequência de notificações da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês).

De acordo com dados oficiais citados num comunicado do CFS, o território semiautónomo chinês não importou carne de ave ou derivados de Portugal nos primeiros nove meses de 2025.

O CFS disse já ter contactado as autoridades portuguesas e que vai acompanhar "de perto" a situação e as informações emitidas pela WOAH. "Serão tomadas as medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação", acrescentou.

O CFS também proibiu hoje, pelo mesmo motivo, a importação de carne de ave e derivados de algumas regiões da Polónia, Itália, Bélgica, Irlanda e Reino Unido.

Em 18 de novembro, Hong Kong já tinha proibido a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito do Porto, na sequência da deteção de casos de gripe das aves.

Medida semelhante foi tomada no dia seguinte pela vizinha região chinesa de Macau.

Na segunda-feira, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) portuguesa confirmou um foco de gripe aviária numa capoeira doméstica de galinhas e patos, no distrito de Santarém.

De acordo com informação publicada pela DGAV, o número total de focos detetados, este ano, subiu para 39.

A DGAV tem vindo a alertar que o risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado em Portugal e pediu a adoção de medidas de segurança.

As aves domésticas em estabelecimentos localizados nas zonas de alto risco, incluindo capoeiras domésticas e aves em cativeiro, têm de estar, obrigatoriamente, em cativeiro, de acordo com as regras determinadas pela DGAV.

Já nas zonas de proteção e vigilância é proibida a circulação de aves, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições, a circulação de carne fresca e de ovos para incubação e para consumo humano, bem como a circulação de subprodutos animais.

A DGAV precisou que todas as infrações a estas normas serão punidas.

Em 11 de novembro, a DGAV alertou num edital que a gripe aviária provoca “mortalidade muito elevada, especialmente nas aves de capoeira”.

Tal tem “um impacto importante (...) na produção avícola, uma vez que constitui motivo de suspensão da comercialização de aves vivas e seus produtos nas zonas afetadas e pode ser motivo de impedimento de exportação de aves e produtos”, acrescentou.

A transmissão do vírus H5N1 para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.

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