O número de casos de cólera em África contabilizado este ano é três vezes superior ao que foi registado em 2022, informou hoje o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC, na sigla em inglês).
Quase 90% dos mais de 300 mil casos reportados este ano, com mais de sete mil mortos, ocorreram em apenas cinco países - um deles Angola -, segundo o Africa CDC.
A República Democrática do Congo registou o maior número de casos neste surto, e as autoridades de saúde também estão preocupadas com a elevada taxa de transmissão em Angola.
O Sudão, o Sudão do Sul e a Nigéria são os outros três países com elevado número de casos.
A instituição avisou que há a possibilidade de o número de casos vir a aumentar com o início da época de chuvas, neste que já é o maior surto de cólera dos últimos 25 anos.
A cólera é uma doença infecciosa transmitida pela água, espalhando-se através de alimentos e água contaminados, causando diarreia, náuseas e desidratação. Se não for tratada, pode levar a complicações e até mesmo à morte.
A Africa CDC apelou ao reforço da infraestrutura de água, saneamento e higiente nos páises africanos para ajudar a travar a propagação da doença.
No caso de Angola "44% da população não tem acesso a água potável segura, e apenas cerca de 55% dispõe de saneamento", afirmou o gestor-adjunto de incidentes do Africa CDC, Yap Boum II.
Os Camarões são o mais recente país africano a reportar casos, com duas infeções registadas perto da fronteira com a Nigéria, sendo que o Africa CDC, apesar de ter registado dificuldades em aceder à região devido ao terreno montanhoso, disse que as medidas de controlo do furto foram ativadas nos dois países.
Um total de 24 países africanos já registou casos no atual surto e as autoridades de saúde estão a utilizar os sistemas de respsota existentes para o controlar.