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Sobe para 59 número de suspeitas de intoxicação com metanol em bebidas no Brasil

Lusa
03-10-2025 17:06h

O número de pessoas com suspeitas de intoxicação com metanol em bebidas alcoólicas no Brasil subiu para 59, entre os quais um famoso 'rapper' de Brasília, indicaram hoje as autoridades.

De acordo com o mais recente boletim, 41 casos foram registados em São Paulo.

Foram ainda registadas oito mortes, sendo que, destas, sete estão ainda em investigação.

O 'rapper' Hungria, de 34 anos, está internado num hospital em Brasília com suspeita de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica.

Deu entrada no hospital com quadro de cefaleia, náuseas, vómitos, turvação visual e acidose metabólica, segundo a Agência Brasil.

Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já acionou várias autoridades internacionais para trazer antídoto do metanol para o Brasil.

“Uma das prioridades da Anvisa é viabilizar a disponibilidade do medicamento fomepizol, indicado como antídoto para intoxicação por metanol. A Agência já consultou formalmente autoridades reguladoras internacionais sobre a autorização de comercialização do produto em seus respetivos países”, indicou.

Em São Paulo começaram hoje a ser distribuídas duas mil doses do antídoto contra intoxicação por metanol em vários hospitais do estado.

"Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país. A entrada da Polícia Federal no plano se deve à suspeita de envolvimento de uma organização criminosa relacionada à adulteração de bebidas", disse, em comunicado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a instalação de uma Sala de Situação para monitorizar os casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica e coordenar as medidas a serem adotadas.

Em causa está a falsificação de bebidas alcoólicas para serem comercializadas.

Em entrevista à TV Brasil, o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) afirmou que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido desviado para distribuidoras de bebidas, estando na origem dos recentes casos de intoxicação em São Paulo.

Esse ter-se-á intensificado após a Operação Carbono Oculto, que em agosto desmantelou um esquema de fraude e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

Com empresas e transportadoras ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) interditadas, acabou por ser escoado também para destilarias ilegais, denunciou o responsável.

 A partir de setembro, "pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão de bebidas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka", disse o Governo brasileiro.

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