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Quase 2.200 abortos feitos sem condições de segurança em Moçambique em seis meses

Lusa
03-10-2025 16:53h

Moçambique registou 2.194 abortos sem condições de segurança no primeiro semestre, uma redução face a igual período de 2024, mas a manter-se como uma das principais causa de morte materna, anunciaram hoje as autoridades.

“No nosso país, o aborto inseguro também representa um grande problema de saúde pública, sendo que as estatísticas inter-hospitalares mostram que este constitui umas dez principais causas de admissões de mulheres nos hospitais, correspondendo a 8% das causas diretas de mortes maternas”, disse a chefe do Departamento de Saúde Familiar do Ministério da Saúde, Gisela Azambuja.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define aborto inseguro como um procedimento para terminar a gravidez realizado sem padrões mínimos de segurança, nomeadamente por pessoas sem habilitações.

Segundo Gisela Azambuja, nos primeiros seis meses deste ano, Moçambique registou, no total, 49.582 abortos, uma descida face aos 51.373 casos registados no mesmo período do ano passado.

As autoridades sublinham que, apesar dos avanços, é fundamental intensificar as ações de prevenção e acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva em todo o território.

Juliana Langa, representante da sociedade civil, defendeu que a luta contra o aborto inseguro deve ser acompanhada pela promoção dos direitos fundamentais das mulheres.

“No âmbito da luta contra o aborto inseguro e à violência baseada no género, estamos a reafirmar o direito fundamental à escolha, à saúde e à vida. O nosso objetivo é claro: promover serviços seguros e reduzir o estigma e a discriminação que impedem tantas mulheres de procurar os cuidados de saúde de que necessitam”, concluiu Juliana Langa .

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