A Comissão Europeia anunciou hoje que vai atribuir mais 40 milhões de euros em ajuda humanitária ao Iémen para fazer face ao agravamento da crise neste país do Médio Oriente.
Com este novo apoio, a ajuda humanitária da União Europeia (UE) ao Iémen ascende a cerca de 120 milhões de euros desde 2015, acrescentou a Comissão Europeia num comunicado.
O executivo comunitário recordou que "anos de guerra, o colapso económico e várias crises climáticas deixaram mais de metade da população iemenita em situação de grave insegurança alimentar".
Segundo as estimativas de Bruxelas, "mais de 19,5 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária e 17,1 milhões enfrentavam níveis críticos de insegurança alimentar", enquanto "quase dois milhões de crianças sofrem de subnutrição, meio milhão das quais em estado grave".
"O sistema de saúde do país está à beira do colapso, com a propagação de surtos de doenças e o encerramento de instalações médicas devido à falta de fundos", indicou o comunicado.
A Comissão Europeia explicou que o financiamento europeu permitirá "prestar assistência alimentar, nutricional e sanitária urgente, com prioridade para os distritos em maior risco de fome".
"Como ajuda adicional, uma operação recente da ponte aérea humanitária da UE entregou mais de 432 toneladas de medicamentos e de material de salvamento", acrescentou a nota informativa.
Também hoje, o Presidente do Iémen, Rashad Mohammed al-Alimi, discursou no debate geral da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, a decorrer em Nova Iorque, e apelou à comunidade internacional para que forme uma coligação para "libertar o Iémen do terrorismo".
A capital do país, Sana, é controlada pelos rebeldes xiitas Huthis que fazem parte do "eixo de resistência" liderado pelo Irão contra Israel, em conjunto com outros grupos radicais da região, como o libanês Hezbollah e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
Os rebeldes controlam igualmente uma grande parte do país.
"Peço-vos hoje aqui para que seja formada uma coligação internacional para restaurar a segurança e a estabilidade do Iémen e reconstruir as instituições do Estado e libertá-lo das milícias", afirmou Al-Amini.
Telavive, por sua vez, tem visado alvos Huthis no Iémen, em resposta aos rebeldes que passaram a atacar diretamente Israel depois do início do conflito na Faixa de Gaza, desencadeado pelos ataques do Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita.
Ainda hoje, aviões israelitas atacaram posições Huthis em Sana que, de acordo com os rebeldes, provocaram a morte de pelo menos dois civis e ferimentos em outras 48 pessoas.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que foram eliminados no ataque “dezenas de operacionais” e destruídos arsenais de drones e outro armamento.
O ataque israelita ocorre um dia depois de um ataque com drone atribuído aos Huthis ter ferido 22 pessoas no sul de Israel.