O JPP exigiu hoje um pedido de desculpas do primeiro-ministro após a morte de um bebé às portas do centro de saúde de Idanha-a-Nova, considerando que este não é um caso isolado e que “o Governo falhou”.
Em comunicado, o deputado único do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, considera que a morte de um bebé de 11 meses, em 22 de agosto, à porta do centro de saúde de Idanha-a-Nova “podia e devia ter sido evitada” e só acontece “porque o Estado falhou”.
“Porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que deveria ser a rede de proteção dos portugueses, está a colapsar diante dos nossos olhos”, frisa.
Para Filipe Sousa, a morte do bebé “não é apenas uma fatalidade, é o reflexo da incapacidade do Estado em proteger os seus cidadãos”.
“Perante esta dor, o mínimo que o primeiro-ministro poderia fazer era pedir desculpa aos portugueses. Porque o Governo falhou: falhou na prevenção, falhou na organização dos serviços, falhou naquilo que é mais básico: garantir que cada criança, cada cidadão, tenha acesso a cuidados de saúde em tempo útil”, lê-se.
O deputado do JPP frisa que este caso “não é isolado” e é “apenas a face mais visível de um problema profundo: o SNS entrou em falência estrutural”.
“Não por falta de investimento, mas porque o sistema está mal desenhado, mal gerido e incapaz de responder às necessidades da população. Enquanto esta falência não for encarada de frente, tragédias como esta vão continuar a acontecer”, considera.
Filipe Sousa defende que o Governo “não pode continuar a governar com truques e remendos”, mas precisa de “coragem política para assumir que o modelo atual já não funciona”.
“É preciso mudar, antes que mais famílias passem por este sofrimento”, defende, considerando que o SNS “está a falhar e precisa de ser reconstruído de raiz”.
“Cada vida perdida é um grito que exige ação. Cada silêncio político é cumplicidade”, adverte.
O Ministério Público está a investigar a morte de um bebé de 11 meses que terá sofrido uma paragem cardiorrespiratória à porta do centro de saúde de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.
O canal TV Record noticiou na segunda-feira que um bebé terá morrido à porta do centro de saúde de Idanha-a-Nova, no dia 22 de agosto, depois do atendimento lhe ter sido recusado por estar perto da hora de fecho da unidade de saúde, segundo a mãe da criança.
O Diário de Notícias escreve hoje que o Ministério Público de Castelo Branco já deu início a uma investigação à morte do bebé, e que o advogado da família informou que vai consultar o processo para determinar os próximos passos.
Já a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco abriu um inquérito interno para apurar o que aconteceu, enquanto o INEM referiu que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebeu uma chamada do centro de saúde a pedir apoio para um bebé de 11 meses em paragem cardiorrespiratória, mas apesar dos esforços “o bebé não recuperou da situação de PCR”.