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Médio Oriente: Hamas denuncia incursões israelitas “agressivas” em Gaza

Lusa
13-08-2025 12:39h

As forças israelitas estão a realizar “incursões agressivas na cidade de Gaza”, declarou hoje um porta-voz do governo do Hamas em Gaza, Ismaïl al-Thawabta, que denunciou uma “escalada perigosa” por parte de Israel.

As incursões decorrem “sobretudo no bairro de Zeitoun e na zona em redor do sul de Tal al-Hawa”, sendo acompanhadas por “bombardeamentos intensos, barreiras de fogo e demolições de casas com moradores no interior, operações que se intensificaram esta semana”, afirmou à agência France-Presse (AFP) o diretor do gabinete de imprensa do governo do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

“Estas agressões representam uma escalada perigosa que visa impor uma nova realidade no terreno pela força, através de uma política de terra queimada”, acrescentou al-Thawabta.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, deu hoje conta de que, nas últimas 24 horas, os ataques israelitas provocaram pelo menos 123 mortos e 437 feridos, balanço que contabiliza também números de terça-feira.

Segundo as autoridades sanitárias de Gaza, cujos números são considerados fidedignos pela ONU, as últimas vítimas que chegaram a hospitais já a abarrotar elevaram para 61.722 o número total de mortos devido à ofensiva israelita em Gaza, dos quais 1.859 morreram quando procuravam ajuda humanitária.

O total de feridos ascende agora a 154.525, incluindo 13.594 que, igualmente, se encontravam à procura de alimentos, desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023.

O Ministério da Saúde do Hamas reportou também o aumento das mortes por fome e desnutrição, que já atingem as 235, incluindo 106 crianças.

Só na terça-feira, a instituição registou oito mortes por estas causas, entre as quais três crianças, o grupo populacional mais afetado pela crise, segundo organizações internacionais e as Nações Unidas, que alertam de forma constante para os crescentes níveis de desnutrição infantil no enclave.

Os ataques na Faixa intensificaram-se depois de, na sexta-feira passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter apresentado o novo plano militar para o território palestiniano, hoje aprovado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).

O chefe do exército israelita, aliás, aprovou o novo plano de operações militares “a realizar em Gaza”, anunciaram hoje as FDI, após o responsável ter manifestado inicialmente reservas quanto às intenções do Governo de Benjamin Netanyahu.

"O chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, realizou hoje uma reunião durante a qual aprovou o quadro principal do plano operacional do exército na Faixa de Gaza", segundo um comunicado do exército israelita.

O gabinete de segurança israelita, órgão responsável pela gestão da ofensiva em Gaza, aprovou na sexta-feira passada um plano para tomar o controlo da cidade de Gaza, onde se estima que vivam entre 800.000 e um milhão de palestinianos.

A nova fase das operações militares em Gaza tem como objetivos, segundo o Governo de Benjamin Netanyahu, libertar todos os reféns israelitas e derrotar o movimento islamita palestiniano Hamas.

A esta situação junta-se o acesso limitado à ajuda humanitária, que agrava ainda mais a condição de uma população à beira da fome, como denunciam repetidamente as organizações humanitárias.

 

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