“Decidimos participar num lançamento aéreo sobre Gaza. Existe atualmente uma janela aberta até ao final de agosto, durante a qual Israel autorizou o acesso ao seu espaço aéreo”, afirmou o ministro à cadeia pública DR.

“De forma alguma, esta não é uma forma ideal de fornecer ajuda humanitária. É uma espécie de solução de recurso, mas é a situação em que nos encontramos atualmente”, acrescentou.

Segundo Lokke, citado pela agência Ritzau, foram os EAU e a Jordânia que solicitaram o apoio da Dinamarca para esta operação humanitária.

Os mantimentos serão lançados por um avião C-130 que sobrevoará a Faixa de Gaza uma ou duas vezes antes de 22 de agosto. O ministro não quis avançar pormenores sobre a dimensão da contribuição dinamarquesa.

Após 22 meses de uma guerra devastadora, desencadeada a 07 de outubro de 2023 por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel, o pequeno enclave palestiniano está ameaçado de uma “fome generalizada”, segundo a ONU, e depende totalmente de ajuda humanitária, fornecida em quantidades muito inferiores às necessárias, de acordo com organizações ainda presentes no terreno.

A par da ofensiva militar em Gaza, Israel impôs um bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados “seguros” pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos famintos, fazendo vítimas mortais.

Vários países, com o acordo de Israel, realizaram nos últimos dias lançamentos aéreos de mantimentos a partir da vizinha Jordânia.

Foi o caso de França, Espanha, Reino Unido ou Itália que decidiram juntar-se a Estados do Médio Oriente para enviar ajuda por via aérea.