A ministra da Saúde solicitou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde a abertura de um processo de inquérito ao caso de uma jovem grávida que teve o parto numa rua do Carregado, no concelho de Alenquer.
“O procedimento foi já determinado pelo Inspetor-Geral das Atividades em Saúde para investigar os factos relativos à assistência prestada pela Linha SNS 24 e pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), no momento da ocorrência, bem como à assistência prestada pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo à grávida”, refere o Ministério da Saúde em comunicado.
Contactado pela agência Lusa, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) afirmou que a Central 112 encaminhou a chamada de socorro, tendo a mesma sido atendida pelo CODU às 10:29.
O CODU ativou para o local uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Alenquer, às 10:33, e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Torres Vedras, às 10:37, dado que a de Vila Franca de Xira estava empenhada noutra ocorrência.
Segundo o INEM, a mãe e a bebé foram transportadas para o Hospital de Santarém, com acompanhamento do médico da VMER.
O comandante dos bombeiros de Alenquer, Daniel Ribeiro, disse, por seu turno, à Lusa que, a corporação recebeu uma chamada do CODU, tendo saído uma ambulância para a ocorrência pelas 10:30 e chegado ao local pelas 10:38.
“Quando chegámos ao local, o bebé já tinha nascido. Nunca esteve em causa a assistência”, assegurou, sublinhando que a mãe e o recém-nascido foram avaliados e “estavam bem”.
Ao aperceberem-se de um furo, os bombeiros pediram uma segunda ambulância, que chegou ao local pelas 10:44.
“Ficámos à espera da VMER de Torres Vedras, que chegou pelas 11:15”, adiantou, tendo mãe e filho sido transportados para o Hospital de Santarém pelas 11:20.
Tudo isto se passou junto à Junta de Freguesia do Carregado, numa zona residencial e de comércio. Aparentemente a grávida estava a tomar o pequeno-almoço numa pastelaria quando começou com dores e lhe rebentaram as águas, contou à Lusa uma moradora.
Ana, moradora na rua onde ocorreu o parto, contou que passava pouco depois das 10:00 quando começou a ouvir gritos de uma mulher a dizer “Não quero, não quero”.
Disse que foi à janela ver o que se passava e viu uma mulher de costas, com o que lhe pareceu ser sangue no vestido, junto de um casal, que eram os pais e que acabaram por fazer o parto.
O pai da mulher estava a ampará-la, enquanto a mãe estava ao telefone. A mulher, em trabalho de parto, deitou-se junto a um pequeno muro e cerca das 10:30 nascia uma menina.
No local, acumularam-se muitos populares, e um cabeleireiro local deu toalhas para ajudar no parto.
Ana estava à janela, quando uma enfermeira, que entretanto, chegou ao local lhe perguntou se tinha molas da roupa para fazerem o corte do cordão umbilical, tendo-lhas dado de imediato.