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Governo moçambicano expulsou este ano 15 funcionários por furto de medicamentos

LUSA
31-07-2025 15:59h

O Governo moçambicano expulsou desde janeiro pelo menos 15 funcionários públicos do aparelho do Estado por envolvimento no furto de medicamentos nas unidades de saúde.

“O roubo de medicamentos está a criar défice nas unidades sanitárias. Para combater o cenário, o Ministério da Saúde criou um sistema de denúncias de venda de medicamentos do Sistema Nacional Fora das Unidades Sanitárias”, disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, em declarações aos jornalistas.

Segundo o governante, a maioria dos profissionais envolvidos são das províncias de Manica, Tete, Niassa e Zambézia, atos que o Governo está a combater através da colaboração entre as comunidades e as autoridades sanitárias, incluindo o recurso a denúncias.

“Se o medicamento está lá fora a ser vendido, há de faltar no hospital (...). Então, quero mais uma vez pedir à população para continuar a ajudar o setor”, concluiu.

Na quarta-feira, o Presidente de Moçambique anunciou que o país passa usar um sistema tecnológico de rastreamento de medicamentos e produtos de saúde, cujo objetivo é travar o furto de fármacos.

Segundo o chefe do Estado moçambicano, a iniciativa de avançar com um sistema tecnológico de rastreamento de medicamentos desde a fábrica até à cadeia de distribuição, com recurso a selo, faz parte de uma estratégia do Governo para o que chamou de “soberania sanitária”, que visa tirar o país da dependência no acesso aos produtos fármacos, sobretudo em tempos de crise onde há escassez.

“Mesmo o medicamento que for aberto fora do país, contrabandeado, o sistema vai acusar em Moçambique e vai indicar onde é que se encontra o medicamento. Estamos assim a dar um passo histórico para garantir que cada medicamento (...) seja seguro, rastreável e autêntico em termos de qualidade”, disse.

Em 11 de maio, o Governo moçambicano já tinha avançado que ia introduzir um sistema eletrónico para o controlo de medicamentos do sistema nacional da saúde para travar furtos e prometeu expulsar os profissionais do setor que forem encontrados a furtá-los.

“Devo aqui garantir publicamente, para a questão do roubo de medicamentos na saúde, [que] não haverá contemplações, tolerância zero. Aqueles que forem encontrados a roubar medicamentos e que são funcionários do Ministério da Saúde, não terão espaço para trabalhar no sistema nacional de saúde. Tolerância zero, é para expulsar mesmo, não há negociação possível”, prometeu naquela data o ministro da Saúde, Ussene Isse.

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