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Chega a favor de inquérito ao INEM e quer auditoria aos serviços de saúde

LUSA
27-06-2025 12:06h

O Chega vai votar a favor da comissão de inquérito à gestão do INEM proposta pela IL, e quer também uma auditoria “independente completa” aos serviços de saúde que abranja os últimos 10 anos.

"Viabilizaremos, porque já tínhamos proposto nós próprios uma comissão de inquérito ao funcionamento do INEM", anunciou o líder do Chega em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

André Ventura indicou que o partido será "parte ativa dessa investigação" e defendeu que o âmbito dessa comissão de inquérito pode ser alargado, desde logo em termos temporais.

"Vamos viabilizar todas as chamadas ao parlamento da ministra e do Governo. Vamos acompanhar que esse escrutínio seja feito aqui na Assembleia da República, seja através de um inquérito, seja na Comissão de Saúde", indicou.

O presidente do Chega defendeu também que deve ser feita uma "auditoria completa" aos serviços de saúde, considerando que essa iniciativa deve partir do Governo.

Caso o executivo não avance, André Ventura indicou que o partido proporá essa auditoria através de um projeto de resolução (uma recomendação ao Governo, sem força de lei), "se necessário liderada pelo próprio parlamento".

"Ou a Inspeção Geral de Atividades em Saúde [IGAS], no Ministério da Saúde, promove um inquérito independente, uma auditoria independente completa, em articulação com o Tribunal de Contas, às estruturas da saúde na última década, ou o parlamento vai instar as entidades a fazê-lo e a pedir resultados apresentados no parlamento", afirmou.

O deputado afirmou ser necessário perceber porque é que o país está "a desperdiçar tanto dinheiro" e se se deve a "abusos e fraudes".

O líder do Chega insistiu também que a ministra da Saúde não tem condições para continuar no cargo, considerando que Ana Paula Martins "está politicamente muito fragilizada, se não morta politicamente, e isso não é desta legislatura, era já da anterior legislatura".

"Os casos multiplicam-se um atrás dos outros, sem que haja qualquer consequência política", criticou.

Ventura referiu o relatório da IGAS, que concluiu que a morte de um homem em novembro de 2024, durante a greve do INEM, teria sido evitada se tivesse sido socorrido num tempo mínimo e razoável, e considerou que a ministra da Saúde "acabou por ser responsabilizada pelo menos por uma morte, e estão mais oito em investigação".

"Se a ministra da Saúde foi tão lesta a dizer que assacaria essa responsabilidade política, então o que nós esperamos agora é que dê consequência e retire essa responsabilidade política", desafiou.

O presidente do Chega considerou que esta é também uma responsabilidade do primeiro-ministro por ter reconduzido Ana Paula Martins e afirmou que a ministra "não pode funcionar como uma espécie de para-raios dos problemas" de Luís Montenegro.

"Não pode ser o novo Eduardo Cabrita do PSD, que é manter alguém sob fogo permanente só para nos afastarmos dos nossos próprios problemas ou para escondermos os nossos próprios problemas", acrescentou.

Na altura, o líder do Chega foi também questionado sobre o major-general Isidro Morais Pereira admitir uma candidatura presidencial e não afastar o apoio do partido.

André Ventura voltou a dizer que o Chega "não tomou nenhuma decisão em matéria de apoiar candidaturas" e afirmou que essa "não é a prioridade das pessoas neste momento". 

O líder do Chega confirmou que o partido recebeu um pedido de reunião e "disponibilizou dois deputados para se reunir" com este militar, que é comentador televisivo.

"Isso nada tem que ver com presidenciais e nada tem que ver com a decisão que o Chega tomará em matéria de presidenciais. Ninguém, até hoje, marcou comigo qualquer reunião sobre eleições presidenciais. Marcou uma reunião com o Chega e aparentemente ontem saiu nas notícias que tem interesse em ser candidato presidencial. Não tem nada a ver connosco com isso, não sei", indicou.

 

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