Três paramédicos foram mortos num ataque israelita a uma ambulância em Teerão, informou hoje o Governo iraniano, que se referiu a um "assassínio deliberado" e uma violação do direito internacional humanitário.
"Em mais uma flagrante violação do direito internacional humanitário, o regime sionista atacou uma ambulância em Teerão, matando três profissionais de saúde civis. Trata-se de um assassínio deliberado", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ismail Baghaei.
De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde do Irão, Hossein Kermanpour, Israel atacou na última madrugada três hospitais, um dos quais na capital, seis ambulâncias e um centro de saúde.
Os três paramédicos juntam-se aos quatro profissionais de saúde que o ministério iraniano tinha registado até à noite passada como mortos nos ataques.
"De acordo com as Convenções de Genebra, atacar pessoal médico e veículos humanitários durante as operações de ajuda é estritamente proibido e considerado um crime de guerra", acusou Baghaei, referindo que "Israel tem um longo historial de ataques contra instalações médicas, caravanas de ajuda humanitária e pessoal médico".
Na quinta-feira, Israel acusou o Irão de cometer um crime de guerra ao bombardear o Hospital Soroka, no sul do país, que fez 71 feridos ligeiros.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, argumentou que o ataque teve como alvo uma sede dos serviços de informação israelitas, que ficou alegadamente destruída, e não o Hospital Soroka, alegando que foi atingido pela "onda de choque" que "causou danos superficiais a uma pequena parte" da unidade.
Já hoje, novos bombardeamentos iranianos contra cidades do centro e norte de Israel fizeram pelo menos 17 feridos, dois dos quais com gravidade, de acordo com o último relatório das autoridades médicas israelitas.
O ataque envolveu inicialmente o lançamento de 20 a 25 mísseis contra as cidades de Haifa, no norte do país, Gush Dan e Bersheba no centro, dos quais seis caíram em solo israelita.
De acordo com o serviço de emergência israelita, Magen David Adom, um jovem de 16 anos foi hospitalizado em estado grave em Haifa, juntamente com um homem de 40.
No seu último relatório hoje divulgado, as autoridades israelitas estimam que os ataques iranianos contra o país, através de mais de 450 mísseis e 400 drones dirigidos a meia centena de alvos, já fizeram 24 mortos e 1.217 feridos, 12 em estado grave.
Israel lançou um ataque contra o Irão na madrugada de 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do “ponto de não retorno” para obter uma bomba atómica.
A acusação é refutada por Teerão, que insiste nos fins pacíficos do seu programa nuclear, e que tem lançado vários ataques aéreos em retaliação contra Israel.
Os bombardeamentos israelitas causaram pelo menos 224 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, mas o número deverá ser bastante superior, uma vez que os últimos dados oficiais remontam a domingo.